A notícia da saída de Antonio Lima Neto da presidência do Banco do Brasil não resolve o problema do spread bancário na opinião do economista e diretor do programa de pós-graduação da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Tharcisio Santos.
Para o especialista, a questão do spread bancário é bem mais complexa que a demissão de um executivo porque o spread é resultado da junção de elementos como a carga tributária, a ordem jurídica, os custos operacionais e os lucros dos bancos.
"O presidente do Banco do Brasil, assim como de qualquer banco, tem mais controle apenas sobre os custos operacionais e, no caso do Banco do Brasil, fica mais difícil porque é um banco de estrutura pública, que muitas vezes é engessada pela burocracia e não consegue agir instantaneamente sobre o spread", afirmou.
Santos ressaltou ainda que os processos de fusão por que passou recentemente o BB ao comprar a Nossa Caixa, parte do Banco Votarantim e outros bancos estaduais podem ser afetadas. "Como os processos levam de um a dois anos, a saída do presidente que capitaneou as aquisições pode desviar um pouco esse caminho".
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disse que prefere não comentar o assunto neste momento.