Londrina A soja está ruim, mas o milho, principal alternativa à oleaginosa, está pior ainda. Enquanto o preço médio da saca de soja não atinge R$ 24, a de milho está abaixo de R$ 10. Reduzir a área de plantio de um lado para ampliar de outro, além de não resolver, pode piorar a situação. Qual a solução? Para responder a essa pergunta, mais de 300 pessoas, entre produtores, pesquisadores e técnicos de cooperativas reuniram-se ontem, durante a Expo Londrina, no 4.º Encontro Regional da Soja.
Para o pesquisador Fernando Adegas, da Emater-PR e da Embrapa Soja, o momento é difícil, mas o produtor não deve mudar para o milho. Apesar do momento, a soja é uma cultura que dá estabilidade, em especial pela certeza de mercado. "Já existe uma infra-estrutura de pesquisa, armazenagem e escoamento da produção." A orientação é racionalizar custos.
Na avaliação do técnico, a relação cambial desfavorável deve persistir por mais uma ou até duas safras. A esperança é que as condições climáticas sejam favoráveis. Se o clima ajudar, será possível garantir rentabilidade e "pelo menos pagar as contas".
A palavra de ordem é reduzir custos, mas o corte deve ser em cima dos desperdícios e não da tecnologia, sob o risco de comprometer a produtividade. "É melhor diminuir a área e plantar bem", sugere o técnico. Ele alerta que o produtor precisa se organizar para baixar as despesas, já que a expectativa é que a cotação se mantenha em baixa. Adegas lembra que os produtores estão tendo dificuldade para pagar investimentos, muitos deles exagerados, realizados no início da década, quando a soja teve um desempenho acima da média.
Para José Cícero Aderaldo, gerente da cooperativa Cocamar, que falou sobre comercialização, existe um cenário promissor para a cultura da soja no mundo. A análise do cooperativista é que a situação está difícil, mas que é preciso muita disposição e planejamento para enfrentar a crise e enxergar as oportunidades que surgem no mercado internacional. O consumo mundial de soja cresce, em média, 5% ao ano, puxado principalmente pela China.
Para Aderaldo, Estados Unidos e Argentina, concorrente diretos do Brasil, podem ser grandes produtores, mas não têm potencial de crescimento em área de plantio. Assim, o aumento da demanda deve ser suprido principalmente pela produção brasileira.
Menos comida na mesa: preço de alimento supera inflação e sobe quase 50% em quatro anos
Manifestantes lotam Praça da Liberdade para pressionar Pacheco a pautar impeachment de Moraes
Israel lança ataque em grande escala contra rebeldes houthis no Iêmen
Por que você não vai ganhar dinheiro fazendo apostas esportivas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast