Os salários médios de admissão apresentaram um aumento real, já descontada a inflação, de 5,23% no período de janeiro a setembro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Assim, o salário médio do recém-contratado no Brasil passou de R$ 788,55 em 2009 para R$ 829,76 este ano. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta terça pelo Ministério do Trabalho.
Levando-se em conta o início do governo Lula, em 2003, os salários médios de admissão subiram 29,51% em termos reais, já que estavam em R$ 640,68 no primeiro ano do primeiro governo.
De acordo com o Caged, o aumento foi verificado em todos os Estados, com destaque para Rondônia (60,08%), Piauí (48,98%), Alagoas (45,60%) e Maranhão (43,68%). O ministro Carlos Lupi justificou os aumentos nesses Estados à construção de usinas hidrelétricas e também pela baixa base de comparação. "Eram Estados mais pobres", resumiu. Já o Distrito Federal (13,40%), Amazonas (17,92%) e São Paulo (20,42%) apresentaram os menores reajustes.
Os homens continuam a receber salários maiores do que as mulheres, de acordo com o Caged, e também a obter reajustes mais significativos. O aumento real do salário médio de admissão obtido pelos homens foi de 5,52% ante 4,64% das mulheres na comparação do período de janeiro a setembro de 2010 ante 2009.
Os salários médios reais de admissão das mulheres mostram maior representatividade nos níveis de escolaridade mais baixos: analfabeto (93,18%) e até o quinto ano completo do ensino fundamental (82,03%). Na educação superior completa, embora a mulher tenha obtido o maior porcentual em ganho real dentre todos os níveis de escolaridade (6,36% ante 5,96% dos homens), é neste nível de escolaridade que a relação dos salários feminino/masculino é menor, de 61,80%. Houve, no entanto, um leve avanço dessa participação em 2010 ante 2009, quando estava em 61,57%.
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