O rendimento médio real dos trabalhadores deve cair neste ano por causa da pressão inflacionária e do menor ganho do salário mínimo. "As negociações salariais ficam mais difíceis em um cenário de inflação em alta e reajuste menor no mínimo", explica o economista da LCA, Fabio Romão, lembrando que o salário mínimo cresceu em termos reais 2,7% este ano, contra a expansão de 7,5% no ano passado, e que a inflação no acumulado de doze meses já está na casa dos 6,6%. "Quanto maior a inflação acumulada entre um dissídio e outro, mais difícil fica a obtenção de um ganho real".

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O economista estima que o rendimento médio anual feche 2013 por volta de 2,5% a 2,7%, patamar similar ao de 2011, porém abaixo dos ganhos médios de 4,1% do ano passado. "Desde novembro de 2012 temos visto uma desaceleração", diz.

A Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada nesta quinta-feira 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que, em março, na comparação com fevereiro, houve queda de 0,2% na renda média real paga aos trabalhadores. Segundo Romão, na comparação interanual, 'que costuma mostrar melhor o cenário', o crescimento real de março deste ano em relação ao mesmo mês de 2012 foi de 0,6%. "Muito abaixo do ganho de 5,3% de novembro, ou do 3,2% de dezembro", diz o economista, lembrando que tanto janeiro quanto fevereiro registram ganho de real de 2 4% na comparação anual.

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Romão destaca ainda que o salário de admissão, conforme dados do Caged, também reforça a tendência de desaceleração do rendimento. "É uma outra pesquisa, mas que apresenta números que confirmam essa tendência apontada pela PME."

Segundo o economista, o avanço nominal da renda, que em novembro tinha crescido 11,5% (incorporando a inflação), e em março registrou expansão de 7,3%, reforça a ideia de que as negociações estão mais difíceis. "É preciso pedir um reajuste muito alto para ter ganho real."