Apesar de a capacidade de consumo proporcionada pela renda de um salário mínimo ser pequena hoje, a situação ainda é melhor do que há 12 anos. O Departamento Intersindical de Economia e Estudos Sócio-econômicos (Dieese) calcula que o custo da cesta básica na região metropolitana de Curitiba é de 48,7% do salário mínimo hoje – em 1994, a proporção era de 95%. "Ainda que com aumentos pequenos, o salário mínimo subiu bem mais que a inflação nos últimos anos. Isso gera um ciclo virtuoso, principalmente em relação aos pisos salariais das categorias que ganham perto do mínimo. Nas rendas maiores houve um achatamento", informa o economista do Dieese no Paraná Sandro Dias.

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A melhora no rendimento, diz o economista, permitiu a aquisição de produtos mais caros entre as famílias carentes. Mas o valor atual do salário mínimo, calcula o Dieese, não é nem metade do que ele valia em 1940, quando foi criado: R$ 900. Em valores atualizados, o mínimo já foi mais alto que na época de sua implantação: em 1956, ele ultrapassava os R$ 1,3 mil.

Apesar do aumento real dos últimos anos, não há possibilidade de se corrigir em pouco tempo todas as perdas passadas, avalia o professor da Unicamp Cláudio Dedecca. "Não há possibilidade de aumento abrupto, por causa dos gastos do governo com previdência social. A tendência atual é de que se aprove uma regra para aumentos anuais limitados a até duas vezes o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), aproveitando a trajetória de crescimento da economia." A recomposição, calcula Dedecca, aconteceria a médio prazo. "Talvez em meados da próxima década", prevê. (PK)

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