Brasília (das agências) A balança comercial registrou em agosto saldo positivo de US$ 3,672 bilhões um recorde para o mês e cifras igualmente inéditas de exportações (US$ 11,3478 bilhões) e importações (US$ 7,676 bilhões). Conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), esses resultados levaram o superávit acumulado no ano para US$ 28,348 bilhões. No período de 12 meses concluídos em agosto, a cifra foi ainda mais substancial: um saldo positivo recorde de US$ 40,108 bilhões.
Indicador da solidez das contas do comércio de bens do Brasil com o exterior, o resultado dos 12 meses concluídos em agosto estimulou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a destacar que esse desempenho favorável ocorre em um cenário de valorização cambial. Em dois eventos de que participou, no Itamaraty e no Palácio do Planalto, o presidente esmiuçou o resultado de agosto em especial o fato de ter sido o quarto mês consecutivo de recorde das exportações e o primeiro em que as importações superaram o nível de US$ 7 bilhões. "É um comércio extraordinário", comemorou, ao apresentar os resultados dos últimos 12 meses. "É um saldo nada ruim para o Brasil. Mesmo com o câmbio baixo, as coisas estão indo do jeito que têm de ser, com calma e com cautela."
Os dados da Secex mostram que, nos últimos 12 meses, as exportações atingiram US$ 111,206 bilhões, a um aumento de 25,1% em relação ao período anterior. As importações somaram US$ 71,098 bilhões, com crescimento de 24%.
Segundo o secretário interino de Comércio Exterior, Armando Meziat, esse saldo corresponde a cerca de 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e indica que, no fim de 2005, o comércio do Brasil com o exterior deverá aproximar-se de 30% do PIB.
Manufaturados
A Secex verificou que a participação dos produtos manufaturados no total de exportações aumentou de 52,9% para 54,7%. A dos produtos básicos, em contrapartida, recuou de 31,6% para 29,6%. Em agosto, os desembarques foram impulsionados pelas compras de combustíveis e lubrificantes, que aumentaram 65% em razão da alta dos preços internacionais do petróleo bruto e da elevação da demanda por nafta e outros derivados.
Segundo Meziat, o desempenho das exportações deverá ficar acima do aumento do comércio mundial, cuja previsão de crescimento é de 14%. Mesmo crescendo, a participação do Brasil no comércio mundial ainda é pequena. No ano passado, o Brasil exportou US$ 96 bilhões, o que representou 1% do comércio global.
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