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Com menos procura por trabalho em março, taxa de desemprego cai para 5%
Apesar de ter sido o pior mês na geração de empregos em nível nacional, com saldo de apenas 13,7 mil vagas no Brasil, março também registrou o menor índice de desemprego para o mês desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2002. A taxa em março recuou para 5%. Em fevereiro, havia ficado em 5,1%.
Apesar de parecerem dois dados conflitantes, o economista Fábio Tadeu Araújo explica que o IBGE considera somente as pessoas que procuram emprego não entra na soma aquelas que estão sem trabalho, mas não buscam um novo posto o que pressiona a taxa. "Mesmo que a geração de empregos seja menor, se tem gente deixando de procurar emprego, o índice de desemprego fica menor também", diz.
Inatividade
"A taxa (de desemprego) caiu porque teve redução da população desocupada. Como a população ocupada está estável, então houve aumento da inatividade", confirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Em um ano, a população não economicamente ativa aumentou 4,2%, o equivalente a 760 mil brasileiros em idade de trabalhar que desistiram de ter um emprego.
O saldo da geração de empregos formais no Brasil em março deste ano foi o menor registrado para o mês desde 1999, segundo dados divulgados ontem pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. Foram 13.117 vagas com carteira assinada criadas no mês passado, como resultado da diferença entre 1.767.969 contratações e 1.754.852 demissões. Na comparação com março de 2013, houve queda de 92,83%.
Apesar disso, no acumulado do primeiro trimestre, o saldo de empregos formais cresceu 13% em relação ao mesmo período de 2013: 345 mil postos abertos contra 306 mil no ano passado.
No Paraná, o saldo em março foi de 5,9 mil postos de trabalho bem abaixo dos 25,6 mil de fevereiro, mas ainda um resultado positivo quando se olha o desempenho dos demais estados. O Paraná ficou em quarto lugar entre os que mais geraram empregos no período, atrás de São Paulo (19,3 mil postos), Rio Grande do Sul (13,7 mil) e Santa Catarina (6,4 mil).
Nos três primeiros meses do ano, o saldo paranaense foi de 45,6 mil vagas (447.252 admitidos contra 401.581 desligados). Desempenho quase idêntico ao mesmo período de 2013: 45,3 mil. Em Curitiba, o saldo de vagas foi negativo em março, pois houve mais desligamentos (39.248) do que admissões (38.836).
O comércio foi o que mais fechou postos de trabalho no mês passado, segundo o MTE. Ao todo, o setor demitiu 26.251 trabalhadores com carteira assinada, seguido do agronegócio, com 5.314 cortes, e da construção civil, com 2.231 demitidos. Na outra ponta, o setor de serviços foi o que mais contratou 37.453 vagas preenchidas.
Razões
A explicação do ministro do Trabalho, Manoel Dias, para o resultado ruim na geração de empregos foi a realização do carnaval, que neste ano foi integralmente em março, e o fim do verão. Segundo ele, os eventos levaram a um aumento das contratações em fevereiro, quando o saldo foi de 283.919 contratações. "O comércio terminou uma temporada de verão onde houve muitas viagens, consumo. As festas de fim de ano e de verão tiveram o final da sua grande temporada, o que gerou o desemprego que nós tivemos", afirmou.
A expectativa do governo é de que os preparativos e a realização da Copa do Mundo entre junho e julho gere 175 mil empregos formais. "Estamos iniciando agora o processo de construção e montagens das ações que vão ser desenvolvidas e os serviços, que estão contratando trabalhadores, para a Copa", disse.
Mas o número não deve entrar na conta do 1,5 milhão que o MTE mantém como meta para o ano.
Brasileiro é povo improdutivo, diz The Economist
Agência O Globo
Para voltar a crescer além do patamar de 2%, o Brasil precisa lidar com um problema antigo: a falta de produtividade de sua força de trabalho. A conclusão é da britânica The Economist, que caracteriza o último século da economia brasileira como "50 anos de soneca", título de reportagem publicada ontem no site da revista.
Segundo dados do Instituto Conference Board citados na matéria, a força de trabalho brasileira contribui com apenas 40% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país), porcentual menor que o de outros países emergentes.
A referência aos 50 anos remete ao último período em que a produtividade da força de trabalho aumentou, entre os anos 1960 e 1970, mas estagnou nas décadas seguintes e se manteve abaixo de pares como a China, onde a contribuição dos trabalhadores para o PIB chega a 91%, e Índia, onde a taxa é de 67%.
Segundo a Economist, a ineficiência dos trabalhadores brasileiros está relacionado a problemas que o país lida já algum tempo. Entre eles, o baixo investimento em infraestrutura, que, no Brasil, é de 2,2% do PIB, contra a média de 5,1% de outros países em desenvolvimento. O Brasil investe 2,2% do PIB nessa área, abaixo da média dos países em desenvolvimento, de 5,1%. A qualidade da educação e baixa produção de patentes e inovação também são apontadas pela matéria.
O resultado desses fatores causa, de acordo com a matéria, um ambiente propício a atrasos e falta de eficiência. Filas, engarrafamentos e quebras de prazos se tornaram comuns no país, segundo a revista. Segundo a revista, a solução envolve uma menor intervenção do Estado.
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