O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, realiza neste domingo (4) esforços de última hora para manter a unidade de sua coalizão, a fim de aprovar os orçamentos e as medidas de austeridade na próxima semana.
A coalizão conta com 175 deputados, suficientes para que as medidas sejam ratificadas na Câmara formada por 300 cadeiras.
No entanto, 16 deputados do partido centro-esquerdista Dimar ameaçam abster-se ou votar contra, e ainda é incerto o voto dos 32 membros da formação social-democrata Pasok.
Em entrevista publicada neste domingo pelo jornal "Ethnos", o líder do Dimar, Fotis Kouvelis, criticou duramente o primeiro-ministro conservador por colocar em xeque a estabilidade do governo.
"Não apenas o Dimar deve cuidar para que não haja problemas no governo, mas também os outros parceiros. Samaras com sua declaração que a negociação com a 'troika' está acabada não se preocupou que não houvesse problemas", disse.
Kouvelis se referia a vários anúncios feitos nas duas últimas semanas pelo Executivo, nos quais se anunciava a consecução do acordo com a "troika" (formada pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia) apesar das objeções dos outros dois partidos.
O chefe do Dimar explicou que seu partido está "estudando" tanto o orçamento, que inclui parte dos cortes exigidos pela "troika", como as medidas de austeridade, que incluem uma polêmica reforma trabalhista à qual se opõe a formação centro-esquerdista, e tomará uma decisão sobre seu voto nos próximos dias.
Para evitar surpresas, Samaras mantém agora negociações telefônicas com os partidos da coalizão e se reuniu com o líder do Pasok, Evangelos Venizelos, enquanto para hoje está prevista uma reunião com Kouvelis.
"Não podemos voltar atrás. Temos que salvar o país do desastre", disse hoje o primeiro-ministro e líder do partido Nova Democracia.
Na saída de sua reunião com Samaras, Venizelos pediu ao Dimar que "assuma suas responsabilidades" e vote a favor das medidas.
A votação das medidas de austeridade está prevista para a próxima quarta-feira e os orçamentos serão votados no domingo.
Atenas pretende aprovar os textos antes do dia 12 de novembro, quando haverá uma crucial reunião do Eurogrupo na qual se espera o sinal verde para um novo lance de ajuda financeira.
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