Fundada pelo Mark Zuckerberg brasileiro e apelidada de YouTube corporativo, a Samba Tech está entre as empresas mais promissoras e inovadoras do mundo. A startup mineira é uma das 250 organizações com mais potencial de crescimento, segundo pesquisa divulgada neste ano pela Alchemist.io, e uma das dez companhias mais inovadoras da América Latina, de acordo com relatório da FastCompany em 2014.
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As comparações com gigantes da tecnologia e os reconhecimentos não são à toa. A empresa foi fundada em Minas Gerais há doze anos pelo, na época, estudante de marketing Gustavo Caetano para resolver um problema pessoal. Ele havia comprado um celular top de linha e tentou baixar alguns jogos no aparelho, mas não encontrou nada muito diferente do clássico “jogo da cobrinha”.
Gustavo começou então o que seria o embrião da Samba Tech. Chamada de Samba Mobile, a empresa revendia jogos para celular. O investimento inicial foi de R$ 100 mil, dinheiro aplicado pelo empresário Almir Gentil, que virou investidor-anjo da empresa. Mas, como o negócio não desenvolvia os jogos e apenas os revendia, sua expansão ficou limitada.
O empreendedor buscou alternativas para continuar no mercado. Ao perceber que o Google estava interessado no YouTube, foi estudar o segmento de vídeos on-line e se deparou com um mercado em plena ascensão no exterior. No Brasil, notou que a procura por vídeos estava começando a deslanchar, impulsionada pela popularização da internet e pelo crescimento da venda de celulares.
Mark Zuckerberg brasileiro
Gustavo Caetano, fundador da Samba Tech, ganhou o apelido de Mark Zuckerberg brasileiro do Business Insider, maior portal de notícias de tecnologia e negócios do mundo. Além de ter fundado a plataforma on-line para transmissão e distribuição de vídeo, ele é palestrante e consultor sobre tecnologia e inovação. Em março, lançará seu primeiro livro sobre empreendedorismo.
Decidiu se aventurar no mesmo nicho do YouTube e lançou em 2007 o que é hoje a Samba Tech, uma plataforma para transmissão e distribuição de vídeos pela internet, utilizando a tecnologia streaming. A ferramenta faz desde a transferência do arquivo bruto do vídeo e a hospedagem com segurança até a disponibilização do conteúdo para pessoas de qualquer lugar do mundo.
É possível tanto hospedar e disponibilizar vídeos quanto fazer transmissões ao vivo. A empresa oferece também formas de monetização para fazer com que os seus clientes ganhem dinheiro com os produtos produzidos. As duas maneiras são a inclusão de anúncios publicitários e o serviço de assinatura. O cliente fica responsável, apenas, por produzir o conteúdo em vídeo e enviar o arquivo bruto à Samba Tech.
Para se diferenciar do seu principal concorrente, a startup foca no público corporativo. “Passamos a atacar, primeiro, grupos de mídia que já produziam vídeos, mas não sabiam onde poderiam hospedar o conteúdo com segurança. Depois, fomos para os outros segmentos e o setor educacional”, explica Pedro Filizzola, CMO da empresa.
Estados Unidos
Desde o ano passado, a Samba Tech expandiu sua atuação para os Estados Unidos. A empresa contou com o apoio da Microsoft e lançou no mercado americano um aplicativo corporativo de mensagens instantâneas para funcionários que prestam serviço remoto, como vendedores. Seu funcionamento é similar ao Snapchat, sendo possível postar vídeos e áudios para se comunicar com a equipe.
Entre os clientes estão Grupo Abril, SBT, Tim, O Boticário e Kroton. Eles produzem vídeos de treinamentos e cursos para funcionários, mantêm televisões corporativas com conteúdos semanais e fazem transmissões ao vivo de eventos usando o sistema criado pela Samba Tech.
A principal vantagem para os clientes é melhorar a comunicação interna e reduzir custos, produzindo e divulgando conteúdos em um local seguro. “Antes, eles tinham que criar suas próprias plataformas de hospedagem e distribuição ou recorrer ao YouTube, que é público”, conta Filizzola.
Ao longo dos 12 anos de mercado, o negócio participou de duas rodadas de investimento. Recebeu US$ 3 milhões do fundo brasileiro FIR Capital em 2008 e US$ 500 mil do Initial Capital para formatar seu braço de publicidade, a Samba Ads. A empresa não divulga valores de faturamento, nem taxas de crescimento, mas é a maior da América Latina no seu segmento.
Empresa lança ferramenta de assinaturas
Para aumentar o ganho dos seus clientes e entrar no mercado de produtores de conteúdo digital, a Samba Tech lançou em janeiro deste ano sua ferramenta de assinaturas. Com o nome de Samba Play, a plataforma permite que qualquer pessoa hospede e distribua seus conteúdos em vídeos e cobre uma taxa de assinatura.
“Queremos mostrar para as pessoas que é possível ganhar dinheiro com seu conteúdo raro, relevante, de nicho e de qualidade”, afirma Pedro Filizzola, CMO da empresa. Ele explica que o foco são produtores de conteúdos digitais, mas os próprios clientes corporativos da Samba Tech e demais pessoas interessadas em ganhar dinheiro com vídeo podem usar a ferramenta.
O principal argumento para convencer as pessoas a colocarem o vídeo no Samba Play e não no YouTube está no dinheiro. Pela startup brasileira, a pessoa vende assinaturas para que os interessados em assistir aos vídeos. Já para pelo site americano, a receita vem dos anúncios publicitários e é preciso uma grande quantidade de visualizações para ter bom retorno financeiro. O desafio, porém, fica na distribuição, já que o YouTube tem um alcance maior e é mais conhecido do público.
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