A Samsung anunciou neste domingo (21) que já firmou parcerias com instituições financeiras brasileiras para a chegada no país do sistema de pagamentos móveis da empresa sul-coreana, o Samsung Pay. Por enquanto são oito delas: Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Federal, Porto Seguro, Santander, Brasil Pré-Pagos e Nubank.
“Com essas instituições, nós chegamos a 90% do mercado financeiro do país”, disse o diretor de negócios e inovação da empresa na América Latina, Gabriel Farias, durante o Mobile World Congress, um dos principais eventos de tecnologia móvel do mundo, que acontece em Barcelona, Espanha. “Estamos trabalhando para lançar nos próximos meses.”
A companhia deve ser a primeira grande competidora do setor a lançar a ferramenta no Brasil, à frente do Google e da Apple, que no exterior oferecem serviços parecidos.
O sistema é simples. Basta cadastrar cartões no celular e aproximar o aparelho das máquinas de pagamento para realizar uma compra. Para segurança, as informações ficam guardadas em um hardware especial embutido nos aparelhos e os dados bancários são substituídos por códigos criptografados – uma espécie de versão digital dos tokens usados nas transações digitais dos bancos brasileiros.
Embora o sistema já esteja em funcionamento na Coreia do Sul e nos Estados Unidos, a Samsung não revelou uma data exata para a chegada do Pay no Brasil. Uma possibilidade é o anúncio simultâneo à chegada dos smartphone Galaxy S7 e S7 Edge no país, que deve acontecer em uma data próxima ao lançamento global dos aparelhos.
NFC
Para vencer os desafios de adesão a esse tipo de tecnologia, que tradicionalmente precisa que o parque de máquinas de cartão de crédito e débito tenham a tecnologia NFC (Near Field Communication), a Samsung aposta em um chip adicional, chamado MST (Magnetic Secure Transition).
Enquanto o NFC ainda não está em muitos pontos de venda – em sistemas antigos de supermercados, por exemplo –, o MST, adquirido pela sul-coreana com a compra da empresa Loop Pay em 2014, funciona com leitores de tarjetas magnéticas. “É uma tecnologia ‘legacy’“, disse Roberto Soboll, diretor do segmento móvel da Smasung no Brasil, em referência à aposta da empresa em funcionar mesmo em aparelhos mais antigos, que não são compatíveis com sistemas concorrentes.
A Samsung diz que, por ora, não vai cobrar pelos serviços do Pay. A aposta é que usuários de celular passem a usar os aparelhos da sul-coreana pela conveniência de ter o sistema de pagamentos. “A ideia é não levar mais a carteira no bolso. Queremos criar um ecossistema em que tudo que é preciso levar é o smartphone”, disse Farias.
Questionado sobre se futuramente o Pay funcionaria com outros tipos de cartões, como o Bilhete Único dos ônibus de São Paulo, o executivo disse apenas que e “empresa já está trabalhando nesse tipo de coisa”.
“Na Coreia do Sul isso já funciona”, disse ele. “Estamos vendo possibilidades de incluir documentos como CPF, carteira de motorista. Os bancos também estão muito interessados em abrir o leque. Por exemplo, na hora de sacar dinheiro nos caixas eletrônicos, você poder autorizar o saque pelo celular.”
A tecnologia MST, que funciona com leitores magnéticos, está presente nos modelos Galaxy Note 5 e Galaxy S6 Edge+, de 2015, e das famílias S, N e A nas suas versões de 2016.
