A Sanepar informou ontem à noite que vai fazer uma oferta pública primária e secundária de ações preferenciais, que não dão direito a voto. Isso significa que a companhia vai emitir novas ações e que um ou mais sócios o governo estadual entre eles está disposto a vender parte de seus papéis.
A operação abre espaço para o aumento da participação do setor privado na empresa, mas, segundo o fato relevante, "o governo do estado do Paraná continuará a deter o controle acionário da companhia". A Assembleia Legislativa autorizou a operação em 11 de setembro do ano passado.
A Sanepar não informou o cronograma da oferta nem a quantidade de papéis que serão emitidos. Por meio de sua assessoria de imprensa, limitou-se a informar que vai publicar uma nota sobre o assunto nesta terça-feira.
A oferta, segundo o comunicado, será feita "junto a investidores institucionais e não institucionais, incluindo esforços de colocação no exterior". O preço por ação será definido após "o procedimento de coleta de intenções de investimento".Em uma oferta primária, a companhia emite novas ações, e os recursos captados são revertidos à própria empresa. Na secundária, o que ocorre é a venda de ações existentes, de sócios que pretendem reduzir sua participação ou deixar o negócio. Nesse caso, os recursos levantados ficam com os vendedores. Se o governo se desfizer de parte de sua fatia, por exemplo, o dinheiro vai para o caixa estadual.
Segundo a agência Reuters, a Sanepar vai usar os recursos da emissão primária em projetos para reduzir o nível de perdas do sistema de água, para acelerar a expansão da cobertura de esgoto, em melhorias operacionais e também em capital de giro.
Estrutura
As ações preferenciais (PNs) que formam pouco mais de 39% de todo o capital da Sanepar não dão direito a voto. O governo é dono de 56,8% delas.
A Dominó Holdings, controlada pela também estatal Copel, tem 15,4%. Prefeituras municipais têm 1,3%, e os 26,6% restantes pertencem a outros acionistas.
As ações ordinárias (ONs), que dão direito a voto, constituem pouco menos de 61% do capital da Companhia de Saneamento do Paraná. O governo detém 60% desses papéis e a Dominó, os 40% restantes.