O lucro líquido do Santander Brasil teve queda de 6% no primeiro trimestre de 2014, na comparação com o mesmo período do ano passado, somando R$ 1,428 bilhão. Em relação aos três últimos meses de 2013, o ganho subiu 1,3%.
Em base recorrente, que exclui ganhos e perdas extraordinários, o lucro do maior banco estrangeiro no Brasil foi de R$ 518 milhões nos três primeiros meses de 2014, 14,9% menor em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
Assim como Bradesco e Itaú Unibanco, o Santander teve queda na inadimplência. Entre janeiro e março, a taxa de calotes superiores a 90 dias ficou em 3,8%, 2 pontos percentuais menor que o nível de um ano antes. Sobre o trimestre anterior, houve redução de 0,1 ponto percentual.
Isso permitiu uma diminuição importante nas despesas com provisões para calotes, que incluem as receitas de recuperação de crédito. Essas despesas desceram de R$ 3,716 bilhões no primeiro trimestre de 2013 para R$ 3,001 bilhões nos três primeiros meses deste ano, uma queda de 19,2%.
Nos primeiros três meses do ano, os financiamentos do Santander totalizaram R$ 275,245 bilhões, avanço de 7,2% sobre o primeiro trimestre de 2013.
O aumento foi ajudado pelo desempenho das operações com pessoas físicas -R$ 75,588 bilhões do total-, que subiram 5,8%.
As operações com pequenas e médias empresas, porém, cederam 11,8% na comparação anual, somando R$ 31,873 bilhões. Já os financiamentos para grandes companhias -R$ 79,130 bilhões do total-, cresceram 16,4%.
Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, os financiamentos do Santander caíram 1,6%. Oferta de ações
Além do resultado, o Santander também anunciou hoje que sua matriz na Espanha vai lançar uma oferta voluntária de aquisição de units (conjunto de ações) no Brasil e nos Estados Unidos.
A operação pode envolver até a totalidade dos papéis que o banco espanhol ainda não detém de seu braço no Brasil (cerca de 25%).
Com isso, o banco não fará mais parte do nível 2 de governança corporativa da BM&FBovespa (indicador de empresas com boas práticas de gestão), passando a ser listado no segmento tradicional da Bolsa brasileira.
A matriz espanhola do banco ofereceu um prêmio aos acionistas do Santander Brasil de 20% sobre o fechamento dos papéis ontem, quando encerraram o pregão cotados a R$ 12,74.
A compra será paga com ações do próprio Santander espanhol, que deverá emitir, no máximo, 665 milhões de novos papéis para a operação (4,686 bilhões de euros).