Os bancos Santander e Goldman Sachs enviaram relatórios nos últimos dias analisando o impacto das eleições na economia e suas consequências para os investimentos dos clientes.
No relatório, o Santander prevê uma reversão da alta recente da Bolsa e aumentos dos juros mais longos se a presidente Dilma Rousseff voltar a subir nas pesquisas e configurar sua reeleição.
Na avaliação do relatório do Santander, a economia brasileira continua apresentando baixo crescimento, inflação alta e deficit em conta corrente.
"Difícil saber até quando vai durar esse cenário e qual será o desdobramento final de uma queda maior de Dilma Rousseff nas pesquisas", diz o relatório.
"Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice Bovespa cairia, revertendo parte das altas recentes. Este último cenário estaria mais de acordo com a deterioração de nossos fundamentos macroeconômicos", diz o relatório.
O Santander afirmou que o relatório não reflete o posicionamento institucional do banco, e que leva em conta aspectos técnicos de projeções dos analistas.
O banco também enviou aos seus clientes de alta renda um texto afirmando que o eventual sucesso eleitoral da presidente Dilma Rousseff irá piorar a economia do Brasil. A informação foi divulgada no blog de Fernando Rodrigues.
No caso do Goldman Sachs, uma eventual reeleição da presidente Dilma deverá vir acompanhada de mudanças importantes na equipe econômica, adoção de medidas impopulares como a liberação de reajuste de preços represados (como energia e gasolina) e corte nos gastos públicos.
"Após as eleições, assumindo que ocorra a reeleição, o mercado espera que a presidente Rousseff mude alguns membros importantes da equipe econômica. Com uma nova equipe e sem a preocupação eleitoral, as autoridades devem decidir fazer um ajuste fiscal moderado e coibir parte do ativismo dos bancos públicos, incluindo o BNDES. Mais adiante, deverão gradualmente permitir o reajuste de preços administrados há muito tempo congelados para evitar distorções macro e macroeconômicos adicionais", diz o relatório do Sachs.