As obras da usina de Santo Antônio, no Rio Madeira (RO), estão previstas para recomeçar hoje, após seis dias de paralisação. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Rondônia (Sticcero), os funcionários decidiram voltar ao trabalho depois que o consórcio responsável pela construção atendeu 6 das 20 reivindicações. Entre os pontos já negociados estão a mudança para um novo plano de saúde, a melhoria de todas as refeições, banheiros exclusivos para mulheres e transporte aéreo para visita a familiares.
Procurado pela reportagem, o consórcio Santo Antônio não confirmou se aceitou o acordo. Na sexta-feira, disse ter decidido suspender as atividades por prevenção após os confrontos na usina de Jirau, também no Rio Madeira. Na segunda-feira, chegou a anunciar que as obras retornariam na terça, mas, diante da mobilização dos trabalhadores, resolveu aguardar a assembleia dos funcionários, ocorrida na manhã de ontem.
Jirau
Ontem, o presidente do consórcio responsável por Jirau, Victor Paranhos, disse que uma parte dos trabalhos na usina já foi retomada em um setor menos afetado pelos conflitos da semana passada. A maior parte é feita por terceirizados.
Paranhos falou ainda que há como cumprir o cronograma originalmente previsto para a obra, que indicava a conclusão em 2013. Antes do tumulto da semana passada, a direção da usina havia modificado o prazo para 2012.
A CUT diz que não há condições de trabalho no local. Ontem, a movimentação no canteiro de obras era intensa. Além da limpeza e de retirada de veículos incendiados na semana passada, dezenas de caminhões descarregavam equipamentos que ficaram retidos durante a confusão. A Força Nacional de Segurança, que continua de prontidão no local, revistava todos que recebiam autorização para entrar no canteiro.
A reportagem acompanhou a chegada de três ônibus com trabalhadores, que disseram estar alojados no canteiro da margem esquerda do rio, área menos danificada pelos ataques. Nenhum operário confirmou estar trabalhando. Na entrada do canteiro, quatro ônibus incendiados já haviam sido retirados. Em um prédio de apoio, funcionários repunham telhas quebradas na confusão.