A cidade de São Carlos, no interior de São Paulo, a 230 km da capital, vai receber a primeira fábrica de semicondutores do Brasil. O pólo de produção vai ser construído no Parque Eco-Tecnológico Damha e vai possibilitar a fabricação de chips que serão utilizados nos chamados "cartões inteligentes", como cartões de bancos e bilhetes de transporte público.
A fábrica contará com o suporte científico e tecnológico do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC), vinculado ao Instituto de Química do Campus de Araraquara da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
A fábrica começa a ser construída no segundo semestre de 2009 e deve ficar pronta em meados de 2011, com previsão de iniciar atividades com capacidade para 100 milhões de chips por ano.
"É mais ou menos o volume do mercado brasileiro hoje. Com isso, o Brasil não teria por que importar os chips tendo uma fábrica aqui. Vamos ter preço e qualidade para competir com produtos da Ásia", disse o diretor comercial da joint-venture chamada Symetrix Systems, Ricardo Castello Branco, em entrevista por telefone.
Investimentos
O acordo entre a norte-americana Symetrix e o Grupo Damha prevê investimentos iniciais de US$ 150 milhões, com possibilidade de ampliação posterior para até US$ 1 bilhão, segundo Marco Aurélio Damha, sócio do grupo.
As memórias e sensores que serão fabricados poderão ser utilizados, por exemplo, em bilhetes de transporte público. Segundo José Arana Varela, pró-reitor de Pesquisa da Unesp e docente do Instituto de Química, essas memórias ferroelétricas têm vida útil de prazo indefinido e seus dados podem ser lidos e escritos cerca de 100 trilhões de vezes.
A Symetrix foi fundada na década de 1980 pelo empresário brasileiro Carlos Paes de Araujo e tomou decisão de expandir sua atuação para o Brasil depois que governo federal elegeu o setor de semicondutores como um dos prioritários para o desenvolvimento do país.
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