Os saques do seguro-desemprego devem cair nos próximos anos à medida que houver uma redução dos níveis de desemprego, afirmou o economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Sérgio Mendonça.
Mendonça explicou que o fato de os índices de emprego estarem altos e um número também alto de pessoas recebendo o seguro-desemprego é a combinação de uma alta taxa de rotatividade e os próprios índices favoráveis de emprego.
"Para uma taxa de rotatividade alta, que deverá cair nos próximos anos, e um nível de emprego formal alto, acaba que as pessoas têm mais acesso ao seguro-desemprego, o que aumenta os saques. Isso pode parecer uma contradição no momento em que o mercado de trabalho está muito favorável".
O economista disse ainda que é preciso desenvolver políticas que reduzam a taxa de rotatividade, um dos fatores do alto número de saques do seguro-desemprego. "Se temos 30 milhões de pessoas em empregos formais e uma taxa de rotatividade de 20%, serão 6 milhões de pessoas sacando o seguro-desemprego. Se tivermos 40 milhões de pessoas em empregos formais e a mesma taxa de rotatividade, serão 8 milhões de pessoas sacando o seguro".
Mendonça afirmou também que se o país conseguir criar políticas que além de reduzir a rotatividade faça com que os trabalhadores permaneçam mais tempo no emprego e tenham uma melhor qualificação "é de se esperar que os saques do seguro-desemprego caiam".
Segundo dados do Ministério do Trabalho, no ano passado 7.463.500 de trabalhadores receberam o seguro-desemprego e em 2009 foram 7.804.600.
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