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Crise mundial

Sarkozy coloca pressão sobre líderes em cúpula

“O risco de explosão da Europa nunca foi tão grande.”Nicolas Sarkozy, presidente francês | Eric Feferberg/AFP
“O risco de explosão da Europa nunca foi tão grande.”Nicolas Sarkozy, presidente francês (Foto: Eric Feferberg/AFP)

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O presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou ontem que a Europa não terá uma segunda chance caso não consiga chegar a um acordo para mudanças no tratado da União Europeia (UE), aumentando a integração e a disciplina fiscal. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse confiar que os líderes da UE chegarão a um "compromisso conjunto" para acelerar a integração fiscal e a supervisão conjunta das economias do bloco.

Antes de ir a Bruxelas para a reunião dos líderes da União Europeia, Merkel e Sarkozy discursaram em uma conferência do Partido do Povo Europeu, de centro-direita, em Marselha. O primeiro-ministro eleito da Espanha, Mariano Rajoy, participou do encontro e prometeu apoio. "Se não chegarmos a um acordo na sexta-feira, não haverá uma segunda chance", disse Sarkozy a delegados na conferência em Marselha.

"Temos de sinalizar externamente que estamos assumindo um compromisso conjunto. Somente palavras não são suficientes porque nem sempre ficamos presos às palavras", afirmou Merkel, reiterando o apelo por mudança nos tratados. Merkel afirmou que a Alemanha quer que todos os 27 países-membros da União Europeia – e não apenas os 17 que adotam o euro – participem dos planos para aumentar a integração fiscal.

A chanceler alemã afirmou que a moeda europeia tornou os países da zona do euro mais fortes desde sua criação, mas alertou que falhas na sua criação, como a supervisão orçamentária e as práticas concorrenciais nos diferentes países, precisam ser enfrentadas.

A França e a Alemanha apresentaram esta semana uma proposta para alterar os tratados da UE, aumentando a fiscalização sobre orçamentos nacionais e impondo sanções automáticas contra aqueles países que descumprem os limites de déficit. Dependendo do que for alterado, serão necessários referendos populares em algumas nações. São explícitas as resistências a mudanças nos Parlamentos da Suécia, Holanda, Eslováquia e até de parte dos alemães. Finlândia, Portugal e Itália argumentam que aprovar as medidas tomaria muito tempo e manteria as incertezas que têm sido tão danosas.

Segundo Sarkozy, na qualidade de maiores economias do bloco, França e Alemanha têm mais obrigações que os outros e são obrigadas a trabalhar em conjunto. O presidente francês comentou também que sérios erros foram cometidos quando o euro foi implantado, porque alguns países não estavam prontos para entrar na união monetária e agora sofrem as consequências disso. "A menos que haja uma maior solidariedade e convergência, esses países vão continuar a sofrer", comentou.

Resultados

Os apelos dos líderes já estariam dando algum resultado. Um diplomata disse, no fim da noite de ontem, que a UE teria alcançado um acordo em princípio sobre regras fiscais mais rigorosas para fazer frente à crise da dívida na zona do euro. A fonte diplomática explicou, no entanto, que os detalhes do acordo e o "formato legal" ainda precisam ser desenvolvidos.

No entanto, a Alemanha rejeitou um rascunho de proposta divulgado ontem e que incluía a concessão de licença bancária ao Mecanismo Europeu de Estabi­lidade (ESM, pela sigla em inglês), disse uma fonte no governo alemão, para quem a Alemanha não é a favor de um ESM funcionando junto com o Fundo de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, nas iniciais em inglês).

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