O presidente francês, Nicolas Sarkozy, que enfrenta dificuldades para se reeleger na próxima semana, disse em um discurso de campanha neste domingo que, se reeleito, pretende abrir um debate sobre a expansão do papel que desempenha o Banco Central Europeu (BCE) para permitir o apoio ao crescimento econômico de países da zona do euro.
"Quanto ao papel do Banco Central Europeu em apoiar o crescimento, nós, franceses, vamos iniciar um debate", disse Sarkozy a dezenas de milhares de eleitores em Paris.
"Se nós não mudarmos a Europa, se não criarmos uma Europa de produção, de investimento, não teremos nenhum crescimento. E se o BCE não apoiar esse crescimento, não teremos avanços suficientes", acrescentou, criticando limites impostos ao BCE.
O papel do BCE é manter controlada a inflação e a estabilidade dos preços na zona euro e não inclui medidas para apoiar ou incentivar o crescimento. Alguns economistas lamentam que este enfoque tenha limitado a capacidade do banco para responder à crise da dívida. Em contraste, as reservas financeiras dos EUA tem uma dupla missão: cuidar da inflação e do crescimento econômico do país.
Sarkozy, um dos líderes que promoveu o programa do empréstimos do BCE aos bancos que ajudaram a acalmar turbulência do mercado no meio da crise da dívida do bloco, parecia responder ao chamado de seu rival socialista François Hollande, que deseja que a Europa estabeleça metas em favor do crescimento em seu novo tratado de estabilidade orçamental. Hollande já pediu a expansão das funções bancárias do BCE em outras ocasiões.
Sarkozy tem ainda um caminho difícil até o segundo turno das eleições presidenciais da França, que começam em 22 de abril. As pesquisas apontam que Hollande tem uma vantagem de 10 pontos sobre o presidente para a etapa de 6 de maio.