Curitiba Depois de viver um período de expansão desde o início da década, o mercado da locação de vídeos pode estar se aproximando de seu ponto de saturação. Diversas videolocadoras de Curitiba apontam para uma redução no número de fitas e DVDs locados em relação a 2004. A diferença está no tamanho dessa queda: algumas dizem que ela é quase inexpressiva, enquanto outras afirmam estar locando 20% ou até 30% menos que no ano passado.
Esse resultado é atribuído a fatores como clima o inverno deste ano não foi dos mais rigorosos , concorrência da tevê a cabo, possibilidade de se baixar filmes gratuitamente na internet e venda de DVDs piratas. Aparentemente, a pirataria afeta com maior intensidade as locadoras de bairro e as de menor porte. A Platéia Vídeo, que fica no bairro Capão Raso, atribui a ela a queda de 30% nas locações registrada este ano.
Mas, ao enumerar os principais obstáculos para a continuidade do crescimento das locações, empresários do ramo em Curitiba não esquecem de citar um fator que seria de grande importância: o número de locadoras existentes na cidade, considerado superior ao que um mercado equilibrado poderia suportar. Vanessa Zaruch, da Nobel, diz que esse é um dos motivos para a redução de 20% nas locações em 2005. Neivo Zanini, proprietário da Cartoon Vídeo, que tem três lojas em Curitiba, estima que o número de locações este ano vai igualar ao de 2004, mas diz que poderia ser maior se não fosse a concorrência.
"Entre 1997 e 1998, pelo menos 30% das locadoras de Curitiba tiveram de fechar as portas por conta de uma forte queda na procura pelas fitas VHS. Com a ascensão do DVD e o barateamento dos aparelhos, o mercado se reaqueceu, e hoje podemos ver uma locadora em cada esquina em alguns lugares", explica Zanini. "Alcançamos um patamar muito bom de locações, mas acho que ele é o pico. Vai chegar o momento da saturação, e depois disso só os bem-estruturados irão sobreviver."
A tendência, segundo ele, é de que ocorra algo semelhante ao movimento de 1996 para 1998, quando, em função da evasão de consumidores provocada pela expansão da tevê a cabo, o número de locadoras do país caiu de 17,9 mil para 11 mil. Mas, enquanto a previsão não se confirma, há empresas mais novas no ramo que têm razões para comemorar. A Magoo Video, no bairro Bacacheri, por exemplo, iniciou suas atividades no ano passado e registra um crescimento de 10% em 2005.
A veterana Blockbuster, rede mundial que desembarcou no Brasil há dez anos e ocupa com folga a liderança no setor, não divulga projeções para este ano, mas, ao menos até 2004, esteve longe de ver queda nas locações: no ano passado, seu faturamento cresceu 20% e chegou a R$ 171 milhões. Somente com o aluguel de vídeo, houve aumento de 14% na receita, o que pode ser explicado em parte pela abrangência da rede são 135 lojas, 7 delas no Paraná e pela contínua expansão do número de lojas e franquias.
Conveniência
A Blockbuster faz questão de afirmar que seu grande negócio é a locação de vídeo. Mas é inegável a relevância da venda de produtos de conveniência em seu faturamento: 30% da receita da rede vem da comercialização de cerca de 500 itens, entre chocolates, sorvetes, salgadinhos, pipoca, pizza, pão de queijo, brinquedos associados a filmes e artigos eletrônicos. Nas lojas, pode-se encontrar MP3 players, aparelhos de DVD, home theaters, acessórios para videogames, webcams e outros.
Marcos Vignal, vice-presidente da Blockbuster, diz que a idéia é fazer de cada loja um "centro de entretenimento doméstico". "O conceito é ampliar a idéia de uma simples locadora onde o cliente só vai para alugar um filme. Nossa proposta é transformar a visita dele em um programa mais amplo", explica Vignal. Ele acrescenta que a empresa pretende continuar apostando na venda de conveniências, uma vez que "os resultados são muito bons e os clientes estão satisfeitos".
Locadoras de Curitiba começam, ainda que discretamente, a seguir esse conceito. Muitas já ofereciam doces e refrigerantes, mas agora o movimento se mostra mais organizado afinal, se a locação de DVDs realmente não tiver muito espaço para crescer, uma das saídas pode ser diversificar as fontes de receita.
A Cartoon, por exemplo, firmou em dezembro de 2004 uma série de parcerias para vender sorvetes, refrigerantes, pipoca, salgadinhos e até maçã desidratada. O proprietário informa que a idéia ainda está na fase de implementação e que hoje as conveniências, incluindo a venda de DVDs, respondem por apenas 5% da receita total, mas destaca que o modelo tem boa rentabilidade e vê nele um grande potencial. "Com uma grande pauta de itens, a venda de produtos poderá responder por até 30% do faturamento". A loja estuda incluir nesse rol a venda de produtos associados aos grandes lançamentos do cinema e até instalar uma cafeteria, a exemplo do que hoje ocorre em megastores de livrarias.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast