Os trabalhadores da Scania, fabricante de ônibus e caminhões de São Bernardo do Campo (SP), aprovaram acordo salarial nesta terça-feira (22) que prevê 5% de reajuste em setembro, abono em janeiro e garantia no emprego até agosto de 2016.
Empresa e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informaram que o acordo beneficia os 3.200 funcionários da fábrica - 2.000 deles trabalham na produção.
Como a empresa pretendia reduzir a produção a partir de janeiro, o acordo evitou a possível dispensa de 450 empregados que se tornariam excedentes nessa unidade.
Nos dois anos anteriores, os funcionários da Scania receberam repasse integral da inflação mais 2% de aumento real na campanha salarial. Neste ano, com o cenário de queda nas vendas e na produção, o sindicato negociou reajuste de 5% em setembro, data-base da categoria, e uma composição para completar o restante da inflação.
Veja as empresas que aderiram ao PPE
VOLKSWAGEN
11,6 mil funcionários entraram no plano
MERCEDES-BENZ:
10 mil
FORD
Cerca de 4.000
CATERPILLAR
1.498
RASSINI NHK AUTOPEÇAS
550
PRENSAS SCHULER
456
GRAMMER DO BRASIL
451
TRICOL
114
Essa composição inclui pagamento de um abono de R$ 6.000 em janeiro e a antecipação, para abril, do pagamento da primeira parcela do 13.º salário do ano que vem. A participação nos lucros e resultados também será antecipada para junho, segundo o sindicato.
EXCEDENTE
“Durante toda a negociação, a empresa argumentava já trabalhar com um cenário de nova queda na produção para o primeiro trimestre de 2016. Isso geraria um excedente, que ela pretendia demitir”, disse Carlos Caramelo, diretor do sindicato e um dos coordenadores do comitê sindical na Scania.
“A negociação garantiu os empregos para o próximo ano e descartou a terceirização dos setores de segurança e alimentação,que estava na pauta da empresa”, completou.
A Scania também ressaltou que, se houver agravamento da crise econômica, as duas partes podem voltar a negociar outras medidas.
A montadora é a única da região do ABC que não negociou redução salarial e da jornada e adesão ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego). As demais fabricantes de veículos -Mercedes-Benz, Volkswagen e Ford- fecharam acordo com o sindicato que prevê essas medidas.
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