Grandes grupos internacionais de telecomunicações sem presença no Brasil poderão ter a chance de desembarcar no país em grande estilo, já na vice-liderança no segmento de telefonia móvel, com a aquisição da TIM Participações. Mas eles estão interessados?
"O maior problema nessa venda é que, no cenário atual das empresas de telecomunicações, não encontramos muitos players dispostos a entrar no mercado brasileiro", disse, em relatório, a equipe de análise da corretora Ativa.
O analista Allan Nichols, da MorningStar Equity Research, avalia que uma solução seria a venda da TIM para uma empresa como Vodafone ou DirectTV, mas ele também faz ressalvas sobre o potencial interesse no ativo brasileiro. "Apesar de a Vodafone ter dinheiro suficiente, após vender sua fatia na Verizon Wireless, a empresa nunca operou na América Latina e não achamos que queira entrar nesse mercado", escreveu Nichols, em relatório. "Já a DirectTV tem algumas operações no Brasil que iriam se complementar com as da TIM, mas também não achamos que a empresa gostaria de se comprometer dessa forma."
Na opinião do presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, a Telefónica irá primeiramente tentar convencer a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de que, apesar de ter aumentado a participação na Telco e, consequentemente, na Telecom Italia, continuará não influenciando a gestão da TIM Participações. Para ele, as discussões com as autoridades sobre os impactos da operação no Brasil serão longas. "Até ser aprovado e discutido pela Anatel, é coisa de um ano", estimou.
Além de resolver o embate antitruste e regulatório no Brasil, a venda da TIM no Brasil é vista como uma solução para o alto endividamento da Telecom Italia, segundo analistas. As dívidas da Telecom Italia somam cerca de 29 bilhões de euros, de acordo com a imprensa europeia. Já o valor de mercado da TIM Participações, de acordo com o fechamento de ontem da Bolsa de São Paulo, é de R$ 26,7 bilhões (cerca de 9 bilhões de euros).
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