Ao anunciar uma forte elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo não quer correr o risco de cair no ranking internacional de produção e mercado consumidor de veículos. "O Brasil é o sétimo maior produtor e podemos cair por causa das importações", afirmou.
Mantega afirmou ainda que o país quer ser "o quinto maior consumidor do mercado. Quem sabe o quarto". O ministro procurou mostrar que a medida, que ficará em vigor até dezembro de 2012, não se trata de política industrial para o setor. Esta, segundo ele, ainda está sendo construída, vai demorar mais tempo e implicará em grande inovação tecnológica para o país. "É uma construção mais demorada que será feita ao longo do tempo".
Segundo Mantega, em princípio todas as empresas estão habilitadas a pedir o desconto do IPI mais elevado, se comprovarem o conteúdo nacional exigido. Elas terão prazo de 60 dias para comprovar. Se não demonstrar, terá de pagar a diferença retroativa. O ministro disse que entre 12 e 15 empresas devem se habilitar. Ele disse também que o impacto no preço ao consumidor com o aumento do IPI deverá ser de 25% a 28%. Ponderou que esse impacto ocorrerá apenas se o fabricante não conseguir o desconto do tributo comprovando os requisitos. Já o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, previu que metade dos veículos importados ficará fora do enquadramento. Ou seja, deixarão de ter preços competitivos.
Ele informou que o governo fará fiscalização do setor para que os preços dos veículos nacionais não subam. Segundo o ministro, é compromisso da indústria que os preços dos produtos nacionais não vão subir. "Temos acompanhado os preços da indústria, o setor é competitivo. Mesmo sem os importados não tem majorado os preços. De qualquer maneira, vamos acompanhar. É um compromisso da indústria que eles (os preços) não subam", disse.
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