Em um setor onde tendências e inovações se atropelam a cada minuto, saber qual caminho seguir e em que investir pode ser uma tarefa árdua e cercada de riscos. Para ajudar os micro e pequenos empresários paranaenses a galgarem espaço na concorrida área de Tecnologia da Informação (TI), o Sebrae-PR lançou mês passado o Plano Estratégico Estadual para o setor, que apresenta os nichos de mercado com maior potencial de desenvolvimento no estado.
O estudo, produzido pela consultoria internacional Competitiviness, levou seis meses para ser concluído e traçou um perfil com base na estrutura dos seis principais polos de TI no estado, chamados de Arranjos Produtivos Locais (APLs): Curitiba, Londrina, Maringá, Campos Gerais, Oeste e Sudoeste. Apesar da variedade de empresas em cada região são 8,2 mil, que empregam 16,3 mil pessoas , o mapeamento mostra que a maior parte dos empresários, independentemente do porte, concentra os esforços na área de ERP, que envolve a gestão de processos e o planejamento de recursos na empresa.
"Precisamos chamar a atenção dos empresários para que se preparem para competir globalmente e isso só ocorrerá se eles tiverem diferenças competitivas. Quanto mais especializado for o negócio, maior a probabilidade de permanecer no mercado", afirma o coordenador estadual do Setor de TI do Sebrae-PR, Emerson Cechin.
Setores
O Sebrae-PR reforça que o plano não apresenta soluções prontas, mas se propõe a discutir novos caminhos. Bons argumentos para isso há de sobra. Só o mercado brasileiro de TI para o agronegócio deve movimentar este ano US$ 20,5 bilhões, sendo que 12% das empresas especializadas no segmento estão no Paraná. As soluções de tecnologia para a área vão desde o uso de Vants (veículos aéreos não tripulados) até a simulação de pragas e de crescimento da produção.
O varejo também é apontado como um mercado promissor para os empresários de TI, visto o "boom" do comércio on-line, que cresce a um ritmo de 30% ao ano e registrou um faturamento de R$ 28,8 bilhões no ano passado. "Com esse levantamento, podemos tomar decisões com base em dados técnicos e científicos, não só no achômetro. Agora, o empresário já sabe melhor onde investir, e vai de cada região fazer o seu trabalho", afirma o presidente da Assespro-Paraná, entidade que congrega empresas de TI do estado, Sandro Molés da Silva.
Assessoria
Lançadora de startups ensina o caminho das pedras a empreendedores digitais
Há cerca de seis meses, as poltronas e mesas improvisadas do espaço de co-working Impact Hub Curitiba, na Rua Comendador Macedo, viraram a sala de reunião dos amigos e sócios Thiago Alves, Luis Ribeiro e Phillippe Santana. Com o auxílio do programador Heitor Corrêa, eles são as mentes criativas por trás do Ideia no Ar, que se autointitula uma "lançadora" de startups.
A intenção do grupo, em vez de simplesmente procurar investimentos e intermediar contatos, como uma aceleradora, é auxiliar empreendedores digitais a compreender a dinâmica do mercado e descobrir nichos com potencial não por acaso, a estratégia adotada pelo Sebrae-PR na produção do Plano Estratégico Estadual para o Setor de TI.
Parceria
Na prática, a Ideia no Ar se torna uma parceira das startups no desenvolvimento e web design dos produtos e serviços, além de assessorar a gestão do negócio. Hoje, a lançadora apoia 17 pequenos empreendimentos na área de TI, que vão desde a disponibilização de atividades de turismo e lazer na web até soluções mobile para o setor de varejo e de casas noturnas. A rede de contatos e a experiência conquistada no processo colocaram a empresa no radar do Sebrae-PR, que prepara uma parceria para o mapeamento das startups curitibanas.
"Nosso papel é facilitar esse processo de descobrir para o empreendedor o que está dando certo ou errado no mercado. E vender as boas ideias mesmo que o produto nem esteja funcionando ainda", relata o designer Thiago Alves.