O risco de o Paraná entrar em racionamento de energia por conta da seca aumentou nas duas primeiras semanas de julho. O nível de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas, principal fonte de geração de energia, já estava baixo em junho por conta da seca, e caiu ainda mais esta semana, mesmo com as chuvas que interromperam o período de estiagem no estado. Hoje, as cinco principais usinas trabalham, em média, com 20% da capacidade de armazenagem, índice que era de 29% no fim do mês passado.

CARREGANDO :)

Com isso, as usinas hidrelétricas situadas no Rio Iguaçu estão produzindo apenas 30% da energia que normalmente geram. Para compensar o déficit, há três semanas a Região Sul recebe mais da metade da energia que consome de outros estados. Cerca de 60% da demanda do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul vem sendo abastecida pela energia gerada em outras regiões do país. Mas essa capacidade de recebimento de energia também é limitada, não sendo possível elevá-la ao total do consumo.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que gerencia a produção e geração em todo o país, o nível mínimo de água para que as usinas possam operar com segurança é 13%. Apesar de o nível médio na Região Sul estar em 29% há 20 dias, as empresas que comercializam a energia, como a Copel, alertam a população para evitar desperdícios.

Publicidade

A quantidade de energia que o Sul recebe de fora está em cerca de 5 mil MW por dia, muito próximo do limite de trasmissão e de consumo, situado entre 7 mil e 8 mil MW, que depende de equipamentos. "Estamos trabalhando para aumentar a capacidade de recebimento, com troca de disjuntores e outros ajustes técnicos", explica a gerente de operações da Copel, Ana Rita Mussi. "Mas acredito que não precisaremos entrar em racionamento antes de alcançar o próximo período chuvoso", diz. Contudo, a previsão do tempo feita pelo Simepar só faz aumentar a insegurança. Chuvas fortes e regulares, segundo os meteorologistas, só devem ocorrer no fim de agosto.

No limite

A situação é mais crítica na usina de Salto Santiago, que está com apenas 10% de seu reservatório com água. A operadora, a empresa Tractebel, tem gerado nessa usina e na de Salto Osório (ambas situadas no Rio Iguaçu) em torno de 900 MWh (hora), menos da metade da capacidade. "A seca traz grandes prejuízos à economia da região", lamenta o diretor de produção, José Carlos Cauduro.