O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse nesta quinta-feira (5), durante a apresentação do quinto levantamento da safra 2008/2009 que o país está analisando todas as possibilidades de importação de trigo. Segundo ele, a Argentina, de onde vem quase todo o volume do cereal importado pelo Brasil, não conseguirá suprir as necessidades brasileiras. "A Argentina não vai conseguir suprir todas as necessidades brasileiras, pois vai perder quase 50% da produção por causa da seca", afirmou Stephanes. A seca na Argentina, considerada a maior dos últimos 70 anos, deve fazer com que a produção de trigo, que foi de aproximadamente 16 milhões de toneladas na safra anterior, caia para próximo dos 10 milhões de toneladas.

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Segundo o diretor da Conab, Silvio Porto, no ano passado o Brasil importou quase 7 milhões de toneladas de trigo da Argentina, o que não será possível agora. Para esse ano, precisaríamos de 5 milhões de toneladas, mas com a seca forte por lá, eles tem apenas 3,5 milhões para exportar, afirmou. Esse montante ainda deve ser repartido entre mais países, além do Brasil.

O ministro Stephanes disse que a Rússia quer exportar trigo para o Brasil e que técnicos do Ministério da Agricultura analisarão as condições sanitárias do produto. Em contrapartida, no entanto, o governo brasileiro pretende pedir o aumento da cota estabelecida pelos russos para importação da carne suína nacional, que no ano passado sofreu corte de 50 mil toneladas.

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O risco, nesse caso, é que acordos como esses são feitos para vários anos. Dessa forma, se a produção argentina de trigo se recuperar para o próximo ano, o acordo com os russos passa a ser desvantajoso, medida que o preço e os acordos dentro do Mercosul tornam o comércio com o país vizinho mais atraente.