Energia
O governo decidiu não prorrogar o horário de verão. A decisão foi tomada ontem após reunião entre o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e a presidente Dilma Rousseff. "Portanto, no próximo dia 22 encerra-se o horário de verão", disse Braga. O motivo, segundo ele, os ganhos que essa medida traria são limitados.
O impacto da estiagem e da menor oferta de água para a produção agrícola neste início de ano pode encarecer o preço dos alimentos se não voltar a chover em áreas produtoras. Dados do Ministério da Agricultura mostram que 60,05% dos municípios produtores agrícolas registram déficit hídrico, com umidade do solo abaixo da média histórica, o que traz dificuldades para a agricultura.
A ministra Kátia Abreu afirmou ontem que o momento é decisivo para a safra de grãos do país e também para outras culturas, como café e cana-de-açúcar. Segundo ela, o tamanho da oferta vai depender das "chuvas de agora" no Sul de Minas Gerais, no Triângulo Mineiro e em parte do Espírito Santo.
Algumas culturas, como café e feijão, podem ser mais prejudicadas. O café já vem de um ano de menor produção por causa da estiagem no ano passado. No caso do feijão o impacto é sazonal, pois o Brasil colhe três safras por ano.
A produção deste verão pode diminuir, reduzindo a oferta, com impacto nos preços, mas a entrada da safra seguinte no mercado deve fazer as cotações se acomodarem. A situação é mais crítica para os agricultores que cultivam hortifrutis, cuja produção, de ciclo mais curto, dependente fortemente de irrigação.
O Ministério da Agricultura, para melhorar a oferta neste segmento, pretende estimular regiões que fazem uso de irrigação a suprir possíveis reduções de oferta onde haja seca.
Apesar de eventuais riscos de queda na produção, o Ministério da Agricultura descarta risco de desabastecimento de alimentos. Caso uma quebra de safra ou redução de oferta de produtos se confirme, a perspectiva é de elevação de preços ao consumidor.
Esse cenário pode tornar ainda mais complexa a missão do Banco Central, de manter o custo de vida dentro de um limite de tolerância que tem como teto um IPCA de 6,5%.
A expectativa do mercado financeiro, sem levar em conta uma redução mais forte da oferta de alimentos, é de que a inflação termine em 7,05%.
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