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Protecionismo

Secretário do Tesouro dos EUA leva alerta sobre comércio à Ásia

Em meio às críticas dos legisladores sobre os déficits comerciais dos Estados Unidos, o secretário do Tesouro do país, Henry Paulson, realiza nesta semana giro pela Ásia, onde tentará convencer países chaves da região a agir rápido para ajudá-lo a conter pressões protecionistas.

A viagem de Paulson a Japão, Coréia do Sul e China ocorre num momento de turbulência dos mercados financeiros globais, provocado, segundo alguns especialistas, pela bolsa chinesa. A China é o alvo das mais intensas manifestações de protecionismo no Congresso do Estados Unidos.

``Acredito que o que Paulson quer agora é um iene e um iuan mais fortes, antes que as pressões por medidas protecionistas fiquem intensas a ponto de levar à implementação de políticas ruins'', afirmou o economista Mark Zandi, da Moody's Economy.com em West Chester, nos Estados Unidos.

Paulson, há menos de um ano no posto, alertou na quinta-feira sobre uma tendência preocupante no Congresso: a idéia de levantar barreiras comerciais para tentar diminuir o fluxo de importações da China e de outros países.

Ele também disse que o governo de George W. Bush estava ''insatisfeito'' com a lentidão da China em deixar que a sua moeda, o iuan, se valorize. Um iuan mais forte poderia reduzir o que se tornou o maior déficit bilateral norte-americano, pois aumentaria o preço dos importados chineses nos Estados Unidos.

Pressão pelo crescimento

Paulson inicia a sua visita de quatro dias à Ásia nesta segunda-feira, em Tóquio.

Segundo autoridades do Tesouro, durante os dois dias que passará no Japão, a segunda maior economia do mundo, o secretário incentivará o premiê Shinzo Abe, o ministro das Finanças, Koji Omi, e o presidente do banco central, Toshihiko Fukui, a fazer o que puderem para acelerar o crescimento.

De acordo com as autoridades do Tesouro, qualquer viagem à Ásia que envolva a China significa que ``câmbio será um tema.'' Nesse caso, Paulson deve destacar o fato de que o Japão e a Coréia do Sul não têm trabalhado para desvalorizar as suas moedas.

De Tóquio, Paulson vai para Seul, onde se encontrará com o presidente sul-coreano, Roh Moo-hyun, na quarta-feira.

Paulson vai ficar algumas horas em Pequim na tarde de quarta, onde se reunirá com o vice-premiê Wu Yi, antes de seguir para Xangai, onde fará um discurso na manhã de quinta-feira. Na fala, ele tratará da importância da reforma financeira na China, incluindo a ampliação do acesso de empresas norte-americanas ao país. ''Ele deveria tentar juntar os seus aliados na região e fora dela para pressionar a China a fazer a coisa certa em relação à valorização da sua moeda'', declarou Morris Goldstein, analista do Instituto Peterson de Economia Internacional.

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