O secretário estadual de Meio Ambiente, Lindsley Rasca Rodrigues, evita falar em falha na fiscalização para explicar porque o governo desconhecia a existência de rejeitos de carvão mineral na área de alagamento da futura usina hidrelétrica de Mauá. A identificação de minas desativadas no Rio Tibagi foi feita nesta semana, depois que o BNDES anunciou o financiamento de 70% da obra e que o governador Roberto Requião confirmou sua construção. Com isso, pode haver atraso na licença ambiental. Os dez hectares de resíduos tóxicos seriam alagados pela represa da hidrelétrica, projetada para a calha do rio Tibagi, entre Ortigueira e Telêmaco Borba.

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Segundo Rodrigues, as vistorias são compulsórias e temporárias, em áreas de potencial poluição, ou então deflagradas por denúncias. "Não podemos monitorar cada quilômetro quadrado do Paraná, e as minas estavam desativadas desde de 1993", diz. Mesmo assim, o secretário reconhece que se trata de um relevante passivo ambiental que não estava sendo acompanhado. "A situação era conhecida, mas não era um ingrediente do licenciamento", acrescenta.

O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko, declarou que vai pedir ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) informações sobre todas as minas, desativadas ou não, no estado. E que vai prestar atenção especial àquelas que podem estar em áreas passíveis de inundação. Ele disse que a licença de instalação da usina não será concedida enquanto todas as dúvidas que envolvem a área de resíduos não forem esclarecidas. (KB)

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