A segunda etapa da reforma tributária pode afetar a possibilidade de dedução, no Imposto de Renda, de gastos com saúde e parte das despesas com educação. O Ministério da Fazenda cogita mexer nas deduções – reduzindo ou mesmo eliminando – para compensar a perda de arrecadação provocada por um aumento na faixa de isenção de IR. As propostas podem ser enviadas ao Congresso ainda em agosto.
Lula prometeu em campanha zerar o IRPF para todos os que ganham até R$ 5 mil, mas o próprio governo descarta alcançar esse valor, pelo menos por ora. O titular da Fazenda, Fernando Haddad, acenou com uma isenção na faixa dos R$ 4 mil.
"[O fim das deduções] atingiria duramente a classe média", diz Thiago Buschinelli Sorrentino, pesquisador do Núcleo de Estudos Fiscais da Faculdade de Direito da FGV-SP. Com menos deduções, o contribuinte fatalmente pagaria mais IR. "Não é razoável retirar deduções quando o Estado arrecada e não oferece a contrapartida em serviços", pondera o pesquisador.
Para o deputado Gilson Marques (Novo-SC), a sociedade não vai concordar com o fim das deduções.
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