Seis milhões de brasileiros deixaram a linha da miséria em 2006, segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado nesta quarta-feira.
O número, que representa uma queda de 15% da miséria entre 2005 e 2006, representa o melhor resultado entre todos os 15 anos analisados pela FGV (1992-2006) e reflete políticas públicas que beneficiaram a parcela mais pobre da população, como a expansão do Bolsa-Família e os aumentos do salário.
Dois em cada dez brasileiros ainda são miseráveis
Mesmo assim, dois em cada dez brasileiros ainda estão na miséria. Existem 36,2 milhões (19,31% da população) de pessoas no país que ganham até R$ 125 mensais, valor usado de referência para classificar a miséria. Outras 8,7 milhões (4,69%) vivem com menos de US$ 1 por dia.
Mesmo assim, a cesta básica mais barata das regiões metropolitanas do país custa R$ 141,53.
As informações fazem parte do estudo "Miséria, Desigualdade e Políticas de Renda: O Real do Lula", apresentada pelo economista da FGV Marcelo Neri. A pesquisa avalia a evolução da distribuição de renda e de pobreza nos últimos 15 anos com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo IBGE na semana passada.
Segundo Neri, custaria em média R$ 12 por mês por pessoa para erradicar a pobreza no Brasil. O cálculo exclui a parcela da população que ganha menos de R$125 por mês.
O levantamento mostra que a renda domiciliar dos brasileiros cresceu em todos os anos de eleições (1982, 1986, 1989, 2002 e 2006) e caiu em todos os anos pós-eleitorais.
Segundo a FGV houve queda da miséria em dois períodos principais: entre 1993 e 1995 e entre 2003 e 2005. Entre os dois biênios está um período de dez anos de relativa estabilidade na miséria.
Entre 1993 e 1995 a proporção de pessoas abaixo da linha da pobreza caiu 18,47%. Já no bienio 2003-2005, no início do governo Lula, a queda foi de 19,18%.
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