Confirmando a principal aposta de economistas, o Banco Central (BC) manteve ontem o juro básico do país, a taxa Selic, em 7,25% ao ano, menor valor da história. Desde agosto de 2011, dez cortes seguidos fizeram a taxa cair 5,25 pontos porcentuais. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC tomou a decisão por unanimidade, sem viés de alta ou baixa.
"Considerando o balanço de riscos para a inflação, que apresentou piora no curto prazo, a recuperação da atividade doméstica, menos intensa do que o esperado, e a complexidade que ainda envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta", informou a assessoria de imprensa do Banco Central, em nota.
A maioria dos especialistas apostava na estabilidade do juro desta vez basicamente por dois fatores: o fraco desempenho da economia ncom o PIB do terceiro trimestre de 2012 crescendo menos do que se previa e a tendência de alta da inflação, que fechou o ano passado em 5,84%, acima do centro da meta.
Nesse cenário, eram considerados temerários tanto o corte da taxa que poderia estimular o consumo, mas com risco de aumentar a pressão inflacionária quanto o seu aumento, que poderia pesar contra uma recuperação da atividade econômica.
Pessoa física
Com Selic em 7,25% ao ano, a taxa média de juros a pessoas físicas fechou 2012 em 88,83% ao ano, a menor desde o início da série histórica em 1995, segundo dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Em julho de 2011, quando a Selic estava em 12,5% ao ano, esse juro médio ao consumidor era de 121,21% ao ano.
Poupança
Pela norma, todos os novos depósitos efetuados na poupança renderão 70% da Selic + TR (Taxa Referencial) sempre que o juro básico for menor ou igual a 8,5% ao ano. De acordo com a Anefac, a nova poupança, com rentabilidade de 0,41% ao mês, ganha de todos os fundos de renda fixa com taxa de administração a partir de 2% ao ano, independente do prazo para resgate dos recursos.
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