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Selic menor favorece poupança

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Acompanhe a evolução do saldo das contas poupança desde 1995 (Foto: )

A redução da taxa básica de juros (Selic), decidida na semana passada pelo Banco Central, impacta diretamente na rentabilidade dos investimentos. A renda fixa (como os fundos DI e o CDB) passa a render menos, enquanto que as ações ganham fôlego e podem trazer retornos mais significativos ao investidor. O desempenho das bolsas, entretanto, é ameaçado pelo ambiente econômico internacional, prejudicado por problemas em países europeus e por perspectivas menores de crescimento nos Estados Unidos e na China.

O corte da semana passada foi de meio ponto porcentual, o que colocou a taxa em 11,5% ao ano. Para alguns economistas, a Selic deve chegar a 8,5% ao ano até o fim de 2012 – a média do mercado aponta para 10,5%, dado que consta de relatório semanal elaborado pelo Banco Central com as expectativas de bancos, corretoras e consultorias. Se essa redução expressiva acontecer, os impactos nos investimentos serão ainda mais nítidos, dizem especialistas em finanças pessoais. "No atual patamar da taxa, o investidor já tem de fazer a conta do ganho líquido obtido em fundos de renda fixa e comparar com a caderneta de poupança", diz Fábio Gallo, professor de finanças da Fundação Getulio Vargas e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sugerindo que, em alguns casos, a poupança já pode ser mais vantajosa do que determinados fundos.

Gallo explica que essa situação ocorre porque a caderneta não tem incidência de Imposto de Renda, nem taxas de administração. Os fundos têm os dois custos. "Por isso é preciso fazer o cálculo e saber qual das opções está mais vantajosa", acrescenta Gallo. A competitividade da poupança fica maior conforme o juro cai. O professor de finanças da Ibmec do Rio de Janeiro, Luiz Filipe Rossi, lembra, porém, que é preciso incluir nesta conta a inflação. "Se o juro cai, mas a inflação continua alta, como está hoje, as rentabilidades são ainda mais afetadas. Portanto, este número também deve entrar no cálculo", detalha. Rogério Bastos, diretor da FinPlan, concorda com os dois especialistas. "Quando a Selic chegar a 9% ao ano, se a inflação estiver na meta, muito provavelmente a poupança voltará a ser interessante para o investidor de varejo", reforça.

Os títulos do Tesouro Direto, embora também se enquadrem na modalidade da renda fixa, também devem continuar atraentes e vantajosos ao investidor – mesmo em relação à caderneta de poupança. O motivo também é o fato de os títulos terem custo baixo para a aquisição. Não há taxa de administração, mas taxas de custódia que, em alguns casos, podem cair a zero. Além delas, há pequenas tarifas cobradas pela negociação.

Ações sem rumo

Juro alto significa custo financeiro alto às empresas. Se a taxa cai, esse custo também recua e o valor das companhias, consequentemente, sobe. Dessa forma, teoricamente, as cotações das ações dessas empresas tendem a subir, explicam especialistas. Além disso, comparativamente às modalidade da renda fixa, que perdem com a redução do juro, o investimento no mercado acionário também tende a ga­­nhar competitividade. A situação do mercado externo, porém, também é fator relevante para a bolsa. "A bolsa, teoricamente é beneficiada com a queda dos juros, mas a modalidade está sofrendo demais com a situação na Europa, portanto, não creio em forte recuperação, por enquanto", diz Bastos.

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