O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto: mercado e analistas acreditam que o Copom vai cumprir o que “prometeu” sobre a Selic na ata da última reunião| Foto: Raphael Ribeiro/BCB
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O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decide, nesta quarta (20), a nova taxa de juros. E tudo indica que o órgão deve seguir o caminho explicitado na última ata: um corte de meio ponto percentual, levando a Selic para 12,75% ao ano.

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Ao contrário do que aconteceu na última reunião, quando analistas e o mercado financeiro divergiram sobre as expectativas, para este encontro há uma convergência de opiniões. No mercado de opções do Copom, na B3, as negociações da última sexta-feira (15) indicavam probabilidade de 96,8% de um corte dessa magnitude. Consultas ao mercado financeiro apontam na mesma direção: em levantamento do "Valor Econômico", por exemplo, 139 de 140 instituições ouvidas disseram esperar queda de 0,5 ponto percentual.

A Guide Investimentos avalia que os últimos dados de inflação mostram uma tendência mais favorável, inclusive nos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica. É o caso, por exemplo, da inflação de serviços, que ficou praticamente estável em agosto.

Segundo o Bradesco, a inflação mais comportada, especialmente no segmento de serviços, contrabalançou a volatilidade do ambiente externo e as incertezas fiscais. O que, na avaliação do banco, traz conforto para o Banco Central seguir com sua estratégia de cortes de 0,5 ponto percentual por reunião.

A head de renda fixa da XP Investimentos, Camila Dolle, espera que esse ritmo seja mantido na sequência, o que faria a Selic fechar o ano em 11,75%. Segundo ela, a política fiscal expansionista continua a ser um limitador para um corte maior nos juros.

“Além disso, o mundo discute o risco de os juros nos países desenvolvidos serem mais elevados no longo prazo, o que tende a limitar os cortes no Brasil”, destaca.

A equipe de analistas do Itaú aponta que o balanço de riscos para a inflação deve continuar sendo descrito como simétrico, com os diretores destacando que veem um hiato do produto (a diferença entre o potencial de uma economia e o que ela realmente produz) mais estreito do que o seu cenário de referência.

“O Copom provavelmente manterá a sinalização de serenidade e moderação na condução da flexibilização monetária, a fim de que se consolide o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, destaca o banco.

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Tendência é de manutenção dos juros nos EUA

A semana também é de decisões sobre juros nos Estados Unidos. As expectativas de inflação em 12 meses caíram para 3,1% em setembro, o nível mais baixo desde janeiro de 2021, segundo a Universidade de Michigan. Nos 12 meses encerrados em agosto, a inflação estava em 3,7%, segundo o US Bureau of Labor Statistics (BLS).

Os investidores atribuem uma probabilidade de 99% de que o Fed mantenha as taxas estáveis na quarta e apenas 31% de probabilidade de um aumento em novembro, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group. “Espera-se que o Banco Central mantenha as taxas estáveis”, aponta a equipe de análise da corretora Avenue.

A tendência, segundo a XP, é de que o Fed (o banco central dos EUA) mantenha um tom duro no comunicado sobre a decisão que tomar. A atividade permanece resiliente, com os últimos dados mostrando vendas no varejo e produção industrial mais fortes do que o esperado.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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