Bancos e consultorias fizeram fortes mudanças em suas apostas para a economia brasileira nos próximos meses. As principais alterações foram nas projeções para a taxa básica de juros (Selic) e para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas pelo país).
Após 11 semanas seguidas indicando manutenção da Selic em 10,5% até o fim do ano, o mercado financeiro passou a projetar um ciclo de alta para a taxa. A mediana das expectativas é de que o Banco Central faça um ajuste de 0,25 ponto porcentual já na próxima reunião, semana que vem, e depois leve os juros a 11,25% até dezembro.
Outra mudança foi na previsão para a Selic ao fim de 2025, que passou de 10% para 10,25%. Ou seja, o mercado espera que a taxa caia ao longo do ano que vem – mas de forma mais contida que a prevista até semana passada.
As mudanças ocorrem após a divulgação do desempenho da economia brasileira no segundo trimestre. Segundo o IBGE, o PIB subiu 1,4% em relação aos três primeiros meses do ano, acima da maioria das expectativas – a mediana das projeções apontava para uma alta de 0,9%.
Na visão de boa parte dos analistas, esse aquecimento aumenta a pressão sobre a inflação e deve levar o BC a promover um aperto monetário. O Comitê de Política Monetária (Copom) já vinha afirmando que a atividade econômica e o mercado de trabalho estavam mais fortes que o esperado, o que poderia empurrar a inflação para mais longe da meta.
Na esteira dos dados do IBGE, o mercado também reajustou suas estimativas para o próprio PIB de 2024. Em apenas uma semana, o ponto médio das apostas subiu de 2,46% para 2,68%. Um mês atrás, a mediana era de 2,2%.
Em relação ao Focus da semana passada, também subiram as projeções para o dólar ao fim do ano (de R$ 5,33 para R$ 5,35) e para a inflação (de 4,26% para 4,30%).
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