Em meio à forte pressão internacional para reduzir o déficit público, o primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Rodriguez Zapatero, publicou ontem a reforma das leis trabalhistas no país, aprovada sem acordo com sindicatos e empregadores. Anteriormente, ele havia dito que não publicaria a reforma sem o consenso das entidades trabalhistas. O decreto busca encorajar contratações, ao reduzir os custos de demissões e simplificar o processo coletivo de negociação salarial. O governo está anunciando esta reforma, convencido de sua importância e consciente de suas próprias responsabilidades", afirmou a vice-primeira-ministra espanhola, Maria Teresa Fernandez de la Vega.
Preocupações
No mês passado, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) fecharam um pacote de proteção financeira de 750 bilhões de euros destinado, em parte, a acalmar as preocupações dos investidores quanto às dívidas soberanas da Espanha e de Portugal, já que a crise financeira deflagrada na Grécia começava a atingir outros países em situação fiscal frágil. Em resposta, as entidades solicitaram a Espanha e Portugal que adotassem cortes orçamentários estritos e fizessem reformas econômicas. O FMI diz que a Espanha precisa de uma reforma "radical" das leis trabalhistas para reduzir a taxa historicamente alta de desemprego. O decreto será submetido à aprovação do Parlamento em 22 de junho.