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Aposentados

Sem acordo, governo vai fixar texto para juros do crédito consignado

Não houve acordo entre o governo e representantes dos bancos na reunião que discutiu a redução dos juros do empréstimo com desconto em folha para aposentados e pensionistas do INSS. Com isso, o governo vai mesmo fixar um teto para as taxas durante a reunião do Conselho Nacional de Previdência Social, nesta quarta-feira. No encontro de hoje, os bancos propuseram a auto-regulamentação e a criação de um comitê para avaliar periodicamente as taxas de juros e fazer com que elas convergissem para patamares mais adequados a longo prazo, mas o governo quer que as taxas caiam logo.

- Não concordamos com isso. Nós achamos que é preciso acabar logo com as taxas muito altas, que estão fora da curva - afirmou o ministro da Previdência, Nelson Machado.

O ministro não quis adiantar qual seria o teto ideal para as taxas, afirmando que isso ainda será discutido nesta tarde dentro do governo. A média ponderada dos empréstimos com desconto em folha está em 3,1%. Nelson Machado disse que houve um aumento das taxas nos últimos meses. Como o governo obrigou que os bancos conveniados ao INSS não cobrassem a tarifa de abertura de crédito nessas operações, os bancos começaram a repassá-las para a taxa de juros.

Atualmente, as taxas variam de acordo com o prazo do empréstimo, que pode ser parcelado em até 36 meses. Quanto mais curto o prazo, maior a taxa. Segundo o ministro, a tendência é fixar um teto único para as taxas, independentemente do prazo. Os bancos também têm participação no conselho, mas governo e trabalhadores são maioria.

Levantamento divulgado pelo ministério na semana passada revelou que as taxas variam entre 2,60% ao mês (36,07% ao ano) e 3,99% ao mês (59,92% ao ano). Entre os bancos que cobram as menores tarifas estão dois oficiais (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal). O outro é o HSBC, que oferece as condições mais atraentes, com taxa de 2,60% ao mês para um prazo de pagamento de 36 meses. No BB, esse percentual é de 2,70% e na Caixa, de 2,80%. Entre os bancos com maiores taxas estão o GE Capital, o Votoratim e o banco Máxima. O BMG é o primeiro da lista em número e volume de operações. Junto com o BB e a Caixa, eles respondem por 51,1% do total emprestado.

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