Sem previsão para uma nova rodada de negociações entre patrões e trabalhadores, as agências bancárias de Curitiba e região metropolitana continuam fechadas hoje. A greve da categoria completa 14 dias. Segundo informações do sindicato dos bancários, 280 agências e sete centros administrativos estavam paralisados ontem, o que corresponde a 63% da rede de atendimento. Mais de 13,3 mil trabalhadores teriam aderido ao movimento.
O balanço estadual, feito pela Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Fetec-PR), indica 557 agências fechadas, com 17,1 mil trabalhadores em greve. No primeiro dia da paralisação, eram 273 agências paralisadas, segundo número da Fetec.
Os sindicatos dos bancários reclamam do silêncio por parte da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em chamar nova reunião de negociação. Após dois dias sentados à mesa na semana passada, sem acordo, as duas partes ainda não agendaram um novo encontro.
Na pauta de reivindicações, os bancários pedem reajuste salarial de 10%, auxílio refeição de R$ 19,25, cesta-alimentação, auxílio creche e participação nos lucros e resultados (PLR) no valor de R$ 3.850 mais três vezes o valor do salário. Outra preocupação da categoria é a garantia de manutenção dos empregos, especialmente quando houver fusões das instituições bancárias.
A proposta da Fenaban até agora é de reajuste salarial de 4,5% (reposição da inflação), cesta-alimentação no valor de R$ 285,21, auxílio creche de R$ 205 e pagamento de participação nos lucros em duas parcelas. As empresas não falam em manutenção de empregos.
Transtornos
Em Londrina, um cliente que tem contas vencendo, mas não consegue sacar o dinheiro para pagá-las, ficou revoltado e perdeu a paciência por causa da greve. Ele rasgou faixas e cartazes de uma agência bancária. "Isso já passou do limite. Acabou, não dá", afirmou o cliente Jackson Oliveira, em entrevista à RPC TV.