Dentro da proposta de promover "arrastões de greves", metalúrgicos de Curitiba e Região Metropolitana fizeram paralisações ontem em 12 empresas sediadas no município de São José dos Pinhais, vizinho à capital. O protesto em defesa de reajuste salarial envolveu 4 mil trabalhadores, desde a madrugada. Com isso, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), as empresas Lufer, Mecanotécnica e Atra decidiram negociar com os funcionários, que voltaram ao trabalho. Nas demais (Metaltypo, Magius, Franzoi, Latal, Radiadores Marechal, Lumicenter, Metalus, Trivisan e Igasa) ainda não houve acordo.

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Também ontem foi fechado acordo com a Case New Holland – CNH, da Cidade Industrial de Curitiba. Os salários serão reajustados em 5% em fevereiro de 2007, e os trabalhadores receberão R$ 300 mais 12% de abono sobre o salário no dia 15 de dezembro, além de R$ 400 a título de complemento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). O vale-mercado será reajustado em 30% e a jornada de trabalho foi fixada em 42 horas semanais, com acréscimo de 24 minutos para compensação de feriados.

Para o vice-presidente do SMC, Nelson Silva de Souza, os detalhes como vale-mercado, reajuste de piso salarial e abono têm feito a diferença nas negociações. "O sindicato patronal quer um acordo ‘guarda-chuva’, que vá cobrir todos os trabalhadores do estado. Mas nós temos condições de negociar individualmente com cada empresa, e conseguir acordos melhores", afirma. A data-base para reajuste é hoje, 1.º de dezembro.

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A proposta apresentada pelo sindicato patronal, o Sindimetal-PR, que representa 3 mil empresas no estado, consiste em aumento salarial de 5% a partir de dezembro – já incluídos a inflação no período de dezembro de 2005 a novembro de 2006 e aumento real. "É a melhor proposta, porque inclui aumento de salário desde dezembro, algo que é incorporado ao salário", diz o presidente do Sindimetal, Roberto Karam.

A reivindicação mínima dos metalúrgicos é de aumento de 5% aplicado em fevereiro de 2007, abono no valor de 12% do salário pago em dezembro de 2006 e aumento de 7% nos pisos salariais. Mas, segundo o presidente do Sindimetal, o SMC exige ainda o repasse de 13% sobre a folha de pagamento para o Fundo de Qualificação, que é administrado pelo sindicato dos trabalhadores. "Eles não abrem mão dos 13%. Mas se aceitarem reduzir um pouco e repassar este pouco ao trabalhador, a gente negocia. Pode ser algo como 11% para o fundo e 13% para o trabalhador", afirma Roberto Karam. Segundo ele, apesar do impasse, as negociações continuam abertas. "Eles estão firmando alguns acordos, mas é muito pouco se comparado às 3 mil empresas", avalia.

Já para o vice-presidente do SMC, as negociações com as empresas têm avançado bastante. "Não estamos pedindo muita coisa. Tivemos acordos dos melhores aqui no Paraná nos últimos anos. Não é agora que vamos fechar um acordo ruim", avalia Souza.

Diante do impasse com o Sindimetal, o "arrastão de greves", como foi definido pelo SMC, vai continuar hoje a partir das 4 horas. As fábricas escolhidas, segundo o sindicato, só serão conhecidas momentos antes da paralisação. Além de São José, onde ocorreram as greves ontem, estão na lista do SMC empresas em Campo Largo, Cidade Industrial de Curitiba, Pinhais e Araucária.