A General Motors (GM) informou nesta quarta-feira (27) que não seguirá adiante com a troca de dívida de US$ 27,2 bilhões, pois o interesse dos detentores de bônus ficou bem abaixo dos 90% desejados pela montadora norte-americana. A empresa disse que seu conselho se reunirá para discutir o próximo passo, uma vez que a decisão aumenta as chances de um pedido de concordata da montadora.
A GM vinha buscando trocar a dívida por uma participação de 10% em uma empresa reestruturada. A GM disse anteriormente que enfrentaria uma concordata se menos de 90% dos detentores de bônus aceitassem o acordo, um porcentual que já era considerado quase impossível de se atender. A montadora tem buscado se concentrar nas quatro marcas principais, enquanto fecha e venda linhas que estão abaixo da performance, na tentativa de se reerguer em meio ao forte declínio das vendas de automóveis.
A empresa pode pedir concordata antes do prazo estipulado pelo governo dos Estados Unidos, de 1º de junho, para se reorganizar em uma empresa viável. A GM espera passar pela recuperação judicial em apenas 30 dias, mas a corrida por uma concordata acelerada pode ter como obstáculo os investidores e revendedores da montadora.
A GM e o sindicato dos trabalhadores do setor automotivo dos EUA (UAW, na sigla em inglês) concordaram com um novo plano de reestruturação que daria ao sindicato uma participação significativamente menor na empresa do que o previsto anteriormente, e deixaria o governo norte-americano com ao menos 70% da montadora. O plano do governo dos EUA também pede o pagamento integral aos credores assegurados da GM, incluindo os bancos Citigroup e JPMorgan, para quem a montadora deve cerca de US$ 6 bilhões. Isso removeria um potencial obstáculo a uma recuperação judicial acelerada.