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Sem acordo, trabalhadores da Volvo decidem manter greve

Sem acordo no processo de negociação salarial com a montadora sueca, trabalhadores da Volvo decidiram manter a greve iniciada na última sexta-feira (8). Na manhã desta terça-feira (12), os funcionários chegaram a votar a proposta apresentada pela empresa, mas a maioria preferiu não retornar ao trabalho.

Em reunião realizada na tarde de segunda-feira (11) no Ministério Público do Trabalho (MPT), a companhia apresentou a mesma proposta que havia sido recusada pelos trabalhadores na semana passada, porém, se comprometeu a manter o diálogo com o sindicato para chegar a um acordo e evitar demissões, desde que a sua proposta seja usada como parâmetro para a negociação.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka, a aceitação da proposta por parte dos trabalhadores foi condicionada à possibilidade de mudança de alguns pontos específicos em caso de melhoria do setor e retomada das vendas da companhia ao longo deste ano. Isso inclui a revisão do valor do PLR e a criação de um parâmetro a partir do qual haveria a concessão de aumento real em caso de recuperação do setor automotivo. Além disso, o sindicato também propôs a criação de um programa de demissão voluntária (PDV) para os funcionários que desejam deixar a fábrica.

A Volvo questiona a forma como foi feita a votação desta terça-feira. Segundo a companhia, somente os sindicalizados, que somam 40% dos pouco mais de 4 mil funcionários, puderam votar. A empresa diz manter a proposta feita na semana passada, de manutenção do nível de emprego até fim do ano em troca de um PLR menor que o do ano passado e de um reajuste que reponha apenas a inflação.

De acordo com a determinação do MPT, a companhia e o sindicato têm até o próximo dia 21 de maio para apresentar uma proposta final. Segundo o sindicato, uma nova assembleia dos trabalhadores está marcada para esta quarta-feira, às 7 horas.

Proposta

Após anunciar o fechamento do segundo turno da fábrica de caminhões em função da baixa demanda do setor e um excedente de 600 funcionários, a Volvo fez uma proposta que antecipa o debate da data-base da categoria, que ocorre em setembro. A companhia prometeu não realizar demissões até o fim do ano, em troca de um reajuste que recomponha somente a inflação, sem ganho real, e um PLR de R$ 15 mil, metade do concedido no ano passado. Os trabalhadores, por sua vez, entraram em greve por entender que a empresa não cumpriu um acordo de construir junto com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) uma solução para o excedente de pessoal.

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