Terminou sem acordo a reunião entre representantes dos empregados na construção civil e das empresas, realizada na manhã desta terça-feira (21) na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Paraná (SRTE/PR), em Curitiba. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintracon), Domingos de Oliveira Davide, a categoria vai permanecer em greve por tempo indeterminado.
De acordo com Davide, o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR) havia oferecido 7,5% de reajuste. O valor havia sido considerado insuficiente pelos trabalhadores e resultou na deflagração da greve. Na negociação desta terça-feira, o índice teria reduzido para 7%. "Este valor está muito abaixo do que a categoria reivindica, assim vamos continuar mobilizados", disse Davide.
O presidente do sindicato dos trabalhadores disse ainda que para a paralisação ser encerrada, deve haver proposta de no mínimo 10% de reajuste.
Já o sindicato patronal afirmou que a proposta de 7% representa aumento de 1,5%, no entanto pode haver melhora no índice de reajuste oferecido. De acordo com o vice-presidente da área de políticas e relações do trabalho do Sinduscon-PR, Euclésio Manoel Finatti, as empresas não têm condições de oferecerem reajustes com dois dígitos. "Sabemos que nossos colaboradores precisam de aumento. Mas, o que os eles pedem é impossível", disse Finatti.
Cinco categorias são filiadas ao Sintracon: serventes, meio-profissionais, profissionais, contramestres e mestres de obras. Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 20%, aumento de 20% no valor do vale-mercado, cesta básica de R$ 70, café da manhã para os trabalhadores, hora-extra no valor de 100% e diminuição do prazo do contrato de experiência de 90 para 30 dias.
Os representantes dos dois sindicatos afirmaram que pretendem chegar a um acordo, para que o movimento seja finalizado. Mas, como ainda não se chegou a um consenso, uma reunião de negociações foi marcada para sexta-feira (24) na SRTE/PR.
Adesão
De acordo com Sintracon, cerca de 70% dos 35 mil colaboradores empregados em aproximadamente cinco mil obras cruzaram os braços. Já o Sinduscon-PR informa que ainda não tem um panorama da greve, mas acredita que a paralisação seja bem menor que a divulgada pelos representantes dos trabalhadores. Desde cedo, os operários deixaram os canteiros de obras e se concentraram na Praça 19 de Dezembro, na região central de Curitiba.
Davide afirmou que aproximadamente mil trabalhadores participaram da assembleia feita na Praça 19 de Dezembro. Segundo ele, outras concentrações ocorreram nos bairros Portão, Cabral e Mossunguê.
E Finatti, representante do Sinduscon-PR, disse que a adesão ao movimento não chega a 1% dos trabalhadores e que o sindicato patronal considerou absurdo o número informado pelo Sintracon. Segundo ele, aproximadamente 150 trabalhadores estavam reunidos na Praça 19 de Dezembro.