Sem acordo entre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ETC) e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios (Fentect), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) deve levar a julgamento o dissídio coletivo dos Correios nesta quarta-feira (19). O pedido para que a Justiça faça a mediação da negociação foi protocolado pela estatal na última quinta-feira (13).
O TST, que mediou a audiência de conciliação desta quarta-feira em que não houve acordo, e determinou também que a Fentect mantenha em atividade o contingente mínimo de 40% dos trabalhadores em cada setor/unidade, sob pena de multa diária em caso de descumprimento.
O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Curitiba do Paraná (Sintcom-PR), Luis Antonio Souza, informou que a categoria pretende continuar mobilizada no estado e deve aguardar orientações da Fentect a respeito da paralisação e da proposta oferecida pela ETC.
Durante a reunião desta quarta-feira, a ministra do TST Kátia Arruda chegou a formular uma proposta aos trabalhadores de 5,2% de reajuste salarial, aumento nos vales alimentação e refeição de 8,84%, reajuste em diversos benefícios, aumento linear de R$ 80 e manutenção de demais cláusulas sociais em vigor, além da compensação dos dias de paralisação. Os representantes dos Correios rejeitaram a proposta com a explicação de que os reajustes causariam grande impacto à empresa.
A Fentect, representante nacional da categoria, pede reajuste salarial de 43,7%, aumento linear de R$ 200 e vale-alimentação/refeição de R$ 35. Além dessas reivindicações, os trabalhadores pedem a contratação imediata de 30 mil funcionários, fim das terceirizações e horas-extras e melhores condições de trabalho.
Greve no Paraná
A paralisação dos trabalhadores dos Correios do Paraná iniciada nesta quarta-feira deve causar impacto à população. De acordo com o secretário-geral do Sintcom-PR, vários caminhões que transportavam correspondências e encomendas não foram descarregados em Curitiba. "Sem material para entrega, vários funcionários ficaram sem serviço e voltaram para casa", explicou.
Em Maringá, no norte do estado, os serviços dos Correios não foram interrompidos nesta manhã, pois a maioria dos trabalhadores só deve aderir à greve após o meio-dia. Para o coordenador da subsede local do Sintcom-PR, Osmar Silva, a paralisação não terá impacto nos serviços da cidade.
A paralisação também ocorre de forma parcial em Londrina, norte do estado, nesta quarta-feira. No início da manhã apenas alguns carteiros e funcionários responsáveis pelo transbordo e triagem de correspondências estavam parados. A categoria não havia manifestação programada na cidade.
Segundo dados do Sintcom-PR, a adesão à greve no Paraná é de aproximadamente 75% dos servidores. No final da tarde desta quarta-feira, o sindicato deve fazer uma assembleia para avaliar oficialmente quantos funcionários estão mobilizados. Além do Paraná, outros 22 estados estão em greve em todo país.
Empresas franqueadas
Em nota, o Sindicato das Empresas Franqueadas de Comunicação do Estado do Paraná, Sinfranco, informou que nenhuma das agências franqueadas fechará em razão da greve, já que são contratadas da ETC para a preparação e recepção de objetos postais. O sindicato afirmou também que "a recepção de cartas, impressos, encomendas continuará sendo feita normalmente pelas franqueadas as quais tem atendido a população brasileira nos últimos 20 anos".
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