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Automóveis

Sem compradores, Tritec pode produzir hoje seu último lote de motores

Sete anos e nove meses depois de entrar em operação, a Tritec Motors pode fabricar hoje seu último motor. Instalada em Campo Largo (região metropolitana de Curitiba), a fabricante ficou parada durante toda a semana passada – por falta de peças da Argentina – e, apenas cinco dias após a volta ao trabalho, produz hoje o último lote de motores encomendado pela montadora alemã BMW, principal cliente e dona de 50% da empresa. As outras quatro montadoras estrangeiras que compravam da Tritec também não fizeram novos pedidos, e a empresa ficou sem ter para quem vender sua produção.

Na última terça-feira, os trabalhadores do terceiro turno já haviam sido dispensados, em regime de banco de horas (equivalente a licença remunerada). A partir da semana que vem, só vão trabalhar os funcionários que forem convocados por suas gerências, para tarefas administrativas ou de manutenção. Os demais ficarão em casa, à espera de uma definição sobre o futuro da fábrica. Rumores sobre o fechamento da empresa já circulavam há pelo menos um mês, quando trabalhadores relataram estar procurando novos empregos.

A sociedade entre a BMW e a norte-americana Chrysler – que detém os outros 50% da Tritec – termina em 30 de junho, com a saída da montadora alemã. "Ainda não há lotes futuros programados para produção. A Chrysler busca alternativas viáveis para a continuidade da Tritec Motors e há negociações em andamento nesse sentido", disse, em nota, o gerente de comunicação e relações governamentais da Tritec, Thomás Prete. Segundo ele, os pagamentos a fornecedores e funcionários não serão alterados.

"Temos a garantia de que ninguém será demitido até o dia 30. Depois, vai depender do que a Chrysler conseguir", disse Adriano Carlesso, presidente do Sindimovec, que representa os trabalhadores. Na quarta-feira, a Tritec informou ao sindicato que a Chrysler estaria conduzindo uma negociação com uma grande companhia, cujo nome não foi divulgado. "Não sabemos se a intenção da Chrysler é encontrar uma nova parceira ou vender toda a empresa. Estamos nessa angústia, mas estamos otimistas, acreditando que a Tritec tem grande potencial", disse Carlesso.

Os funcionários receberam pelo menos uma boa notícia. No dia 29, a BMW vai pagar a cada um o equivalente a 0,9 salário por ano trabalhado, "em consideração às metas atingidas nos últimos anos", segundo a Tritec. No mesmo dia, os funcionários também receberão um residual da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 2006.

A empresa, que começou a funcionar em setembro de 1999, emprega cerca de 400 pessoas e exporta toda a produção – o que representa uma desvantagem dupla, em tempos de dólar baixo e de mercado brasileiro extremamente aquecido. De janeiro a abril, exportou US$ 82,4 milhões, com queda de 24% em relação ao mesmo período de 2006.

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