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macroeconomia

Sem diálogo, crise grega se aprofunda

Grécia se recusa a fazer reformas exigidas pelos credores para manter a ajuda financeira ao país. | SIMELA PANTZARTZI/EFE
Grécia se recusa a fazer reformas exigidas pelos credores para manter a ajuda financeira ao país. (Foto: SIMELA PANTZARTZI/EFE)

A Grécia e seus credores endureceram suas posições nesta segunda-feira (15) após o colapso das conversações que visavam evitar o default (calote) e a possível saída do euro, levando o comissário da Alemanha na União Europeia (UE) a dizer que chegou o momento de se preparar para um “estado de emergência”.

O primeiro-minsitro da Grécia, Alexis Tsipras, ignorou pedidos de líderes europeus para agir rapidamente. Em vez disso, culpou credores pelo rompimento no domingo (14) das conversas de reformas em troca de recursos, o revés mais sério nas negociações que se arrastam para liberar ajuda ao país.

Atenas agora tem apenas duas semanas para encontrar um modo de sair do impasse antes de se ver diante de um pagamento de 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), potencialmente deixando o país sem dinheiro, sem poder tomar empréstimos e pendurado na beirada da zona do euro. A Alemanha e outras nações credoras exigiram que Atenas caia em si e ofereça novas propostas. “Não irá funcionar a Grécia definir os termos e dizer ‘todos têm que dançar acompanhando nossa música’. A Grécia precisa voltar à realidade”, disse à TV o líder do partido da chanceler alemã, Angela Merkel, no Parlamento.

O ministro das Finanças da Bélgica, Johan Van Overtveldt, disse que a credibilidade da zona do euro será prejudicada e forças radicais em outros países serão encorajadas se os acordos passados com a Grécia forem alterados.

A Comissão Europeia disse que só irá retomar os esforços de mediação se a Grécia apresentar novas propostas, enquanto o porta-voz do governo grego disse que Atenas vai manter a rejeição a cortes em salários e pensões, e a impostos maiores sobre produtos essenciais.

Apesar do aprofundamento da crise, Tsipras está mantendo uma visita planejada à Rússia a partir de quinta-feira (18), dia que os ministros das Finanças da zona do euro fazem uma reunião crucial para analisar o impasse com a Grécia. A previsão é de que ele permaneça no país até sábado (20), participe de um fórum econômico em São Petersburgo e encontre-se com o presidente russo Vladimir Putin.

O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, disse que o BCE vai continuar aprovando empréstimos emergenciais aos bancos gregos enquanto eles continuarem solventes, mas que irá monitorar de perto se eles têm garantias suficientes.

Pessimismo

Uma pesquisa da Reuters com operadores do mercado cambial de euro colocou as chances de a Grécia deixar a zona do euro em quase uma em cada três, acima do que foi previsto há apenas um mês. “Deveríamos trabalhar em um plano de emergência pois a Grécia cairia em um estado de emergência”, disse o comissário da Alemanha na UE, Guenther Oettinger.

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