Com falta de diesel nos postos há pelo menos uma semana, distribuidoras de combustível no Paraná estão remanejando o produto pelo estado para evitar desabastecimento. "Estamos com um gargalo no Paraná. Não temos produto suficiente para atender a demanda", afirma Roberto Fregonese, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Derivados de Petróleo, Gás Natural, Biocombustíveis e Lojas de Conveniência do Paraná (Sindicombustíveis-PR).
De acordo com o sindicato, alguns estabelecimentos já ficaram por seis horas sem o combustível em determinados dias desta semana. Em Curitiba, por três ocasiões as bombas de alguns postos ficaram secas por pelo menos duas horas. "Esta semana, houve problemas pontuais em alguns postos. Mas estão todos muito preocupados com a hipótese de desabastecimento do mercado", afirma Fregonese. Segundo ele, apenas 30% do volume de combustível encomendado está sendo repassado para os postos.
Por enquanto, para contornar o problema, as distribuidoras, como Shell, Ipiranga e BR, estão redistribuindo o diesel de acordo com seus estoques: a região que tem mais do produto fornece para a que tem menos. "Estamos vivendo dia após dia. Nunca temos a certeza do fornecimento", afirma Giancarlo Pasa, diretor do Sindicombustíveis-PR.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) afirma que a falta do produto é provocada pelo aumento da demanda, que foi de 7% no primeiro semestre. Segundo a Agência, a Petrobras, responsável pelo abastecimento do produto no país, já foi oficiada por falta de atendimento às distribuidoras.
Esta semana, a Refinaria Presidente Getúlio Vargas Repar, administrada pela Petrobras, atribuiu a falta de óleo diesel ao "bom desempenho da safra" no estado.
Até agora, a intermitência no abastecimento não afetou as transportadoras de cargas, que operam normalmente, de acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Paraná.
Em nota, a Repar disse que com o "cenário de demanda aquecida" vai repassar "nos próximos dias" um adicional de 40 mil metros cúbicos para as distribuidoras devido a grande procura pelo produto. Segundo a assessoria da Petrobras, o estado não corre risco de desabastecimento.
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