Sem a participação da Eletrobras, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) conseguiu licitar dois dos quatro lotes ofertados nesta sexta-feira (9) no primeiro leilão de transmissão de energia do ano.
Foram leiloados quatro lotes, totalizando 905 quilômetros de linhas de transmissão e subestações que acrescentariam 4.550 mega-volt-ampere (MVA) de potência ao Sistema Interligado Nacional.
O lote A, o maior do leilão que contempla 903 quilômetros de linhas no estado da Bahia, foi arrematado pela empresa espanhola Cymi, com o lance de R$ 144,6 milhões de receita máxima anual, com deságio sobre a receita teto definida pela Aneel, de R$ 146,8 milhões.
A Abengoa e a Taesa, que também estavam habilitadas, não apresentaram proposta pelo lote.
A CPFL Geração arrematou o lote I, uma subestação em Moro Agudo, no interior paulista. A empresa ofereceu deságio de 32,6% pelo lote, que fica em sua área de concessão, com receita anula de R$ 10,8 milhões.
Habilitadas para a disputa, a Abengoa deu lance de R$ 15,9 milhões para a receita anual, deságio de 1,5%, e a Alupar não apresentou lance.
Os lotes F, um conjunto de subestações nos estados de Sergipe, Paraná e Rondônia, e o J, um compensador estático em Luiziânia, em Goiás, não receberam lances.
Novo leilão
Reive Barros do Santos, diretor da Aneel, destacou que, embora metade dos lotes leiloados nesta sexta não tenham sido arrematados, os dois projetos concedidos correspondem a 80% do investimento total previsto para os quatro lotes ofertados, da ordem de R$ 1,7 bilhão.
"Esses projetos eram parte dos 10 lotes que iríamos leiloar em 19 de dezembro, mas que, depois do leilão de novembro, quando houve cinco lotes vazios (sem interessados), decidimos adiar para uma melhor avaliação de prazos, riscos e outros fatores", disse Santos. "Como isso requer tempo, decidimos colocar a maioria dos projetos no leilão que faremos em abril", completou.
Os quatro lotes leiloados nesta sexta-feira, porém, explicou ele, não tiveram alteração nas condições oferecidas e foram levados a leilão antes por causa do interesse manifestado pelas empresas.
"Estes eram os quatro lotes mais críticos (por causa dos prazos de operação dos projetos de geração aos quais estão associados) e que tinham empreendedores interessados que nos procuraram. Todos os demais lotes serão leiloados em abril", disse.
Segundo Santos, há 11 lotes remanescentes de leilões de 2014 e novos que serão ofertados em abril, totalizando cerca de R$ 10 bilhões em investimentos.
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