Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Mercado de trabalho

Sem emprego e nada preocupados

Porcentual de pessoas que não querem trabalhar é formado, principalmente, por brasileiros com mais de 60 anos e abaixo dos 18 | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Porcentual de pessoas que não querem trabalhar é formado, principalmente, por brasileiros com mais de 60 anos e abaixo dos 18 (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

A taxa de desemprego atingiu nova mínima histórica em abril, chegando a 4,9%, o menor patamar para o mês desde o início da Pesquisa Mensal de Emprego, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 2002. No entanto, não houve geração de novas vagas. O recuo no número de desempregados ocorreu, mais uma vez, pela saída de pessoas do mercado de trabalho.

As seis principais regiões metropolitanas do país já possuem 17,3 milhões de pessoas que não procuram emprego porque não querem trabalhar, um aumento de 5,7% em um ano. "São pessoas que estão na ponta da distribuição etária: acima de 60 anos de idade e abaixo de 18 anos, sobretudo, mulheres", contou Adriana Araújo Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. Ao todo, 19,2 milhões de pessoas estão inativas, segundo a pesquisa.

A pesquisa não aponta os motivos específicos da falta de interesse por trabalho, mas é possível inferir que haja influência do aumento do rendimento da população, que permite que alguns membros da família não precisem arrumar emprego para complementar a renda domiciliar. O número de inativos que não querem trabalhar apresenta porcentuais mais robustos no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre. "Essas regiões são as que, de fato, têm os maiores rendimentos médios", apontou Adriana.

A economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara, prevê que a taxa de desemprego ainda recue nos próximos meses, com a saída de mais pessoas da força de trabalho. Mas a desocupação deve aumentar já no segundo semestre deste ano. "Existe um certo limite para esse recuo da população economicamente ativa, então vai aumentar a taxa de desocupação. No segundo semestre, teremos uma retração da população ocupada e a pressão dessa população que vai retornar da inatividade para procurar um emprego."

Trabalho adiado

O economista da LCA Consultores Fábio Romão acredita que a renda mais alta observada nos últimos anos ainda pode estar adiando a entrada de jovens no mercado de trabalho e a volta de idosos para completar a renda da aposentadoria. Porém, como o crescimento do rendimento está desacelerando, e deve diminuir mais durante o ano, é possível um eventual aumento da taxa de desemprego.

A LCA projeta uma taxa de desemprego de 5,1% em 2014 e de 5,3% em 2015. "Mas, apesar do aumento em 2015, é difícil imaginar um índice de desemprego superior a 6,5% nos anos seguintes", destacou Romão.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.