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Salários multiplicados

Sem experiência, ministros de Lula vão acumular funções em conselho de metalúrgica

Lula
Lula pretende amplar a articulação no Congresso oferecendo cargos no governo a líderes partidários de bancadas. (Foto: Sebastião Moreira/EFE)

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Mesmo sem ter experiência à frente do setor, os ministros do governo Lula, Anielle Franco, da Igualdade Racial, e Carlos Lupi, da Previdência, passaram a fazer parte do conselho de administração da Tupy, multinacional brasileira de metalurgia, avaliada em pouco menos de R$ 4 bilhões na Bolsa de Valores. A comunicação foi feita pela empresa por meio de Fato Relevante à Comissão de Valores Mobiliários, CVM.

A indicação dos dois ministros foi feita pela BNDESPar, empresa de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem uma fatia de 28,2% na companhia. Outra parcela de 24,8% dos papéis da empresa também está ligada ao governo por meio da Previ, caixa de previdência dos funcionários do Banco do Brasil. A gestora Trígono, especializada em small caps, as empresas de menor porte listadas na B3, é a terceira acionista relevante, com 10% do capital da empresa.

Os valores a serem recebidos por Anielle e Lupi não foram divulgados, mas os salários anuais pagos aos membros do conselho em 2021 chegaram a R$ 1 milhão. Os dois vão substituir Carla Gaspar Primavera e Fabio Rego Ribeiro, respectivamente, que renunciaram aos cargos. Três conselheiros da Tupy se abstiveram na votação para a aprovação dos nomes dos ministros.

Anielle, irmã da vereadora Marielle Franco, morta em 2018, é jornalista formada pela Universidade Central da Carolina do Norte e bacharel em inglês pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e possui um doutorado em linguística aplicada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Carlos Lupi comandou a pasta do Trabalho e Emprego durante o governo Dilma. Deixou o cargo após denúncias de envolvimento em esquema de desvio de dinheiro por meio de contratos com ONGs.

Lula já indicou mais de 50 aliados a Conselhos de Estatais

A indicação de ministros e petistas para Conselhos de Administração é uma prática recorrente no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que substituiu ao menos 52 membros desses conselhos em 14 das principais empresas públicas só no primeiro semestre deste ano.

A média de salários é de R$ 30 mil mensais, com previsão de participação a uma reunião por mês ou, em alguns casos, por bimestre. Um dos conselhos mais cobiçados é o de Itaipu, hidrelétrica binacional. Os representantes do governo ganham R$ 34 mil para participar de uma única reunião de dois em dois meses. Também há o pagamento de extras. Lula designou para a companhia a secretária de Finanças do PT, Gleide Andrade, e cinco dos 37 ministros: Fernando Haddad (PT), Rui Costa (PT), Alexandre Silveira (PSD), Esther Dweck e Mauro Vieira. Junto com o salário, hoje de R$ 41,6 mil, a remuneração dos ministros indicados chega a R$ 75.600 por mês.

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