Foi o know-how adquirido em vinte anos no ramo da distribuição de jornais que levou três empreendedores a investir na tecnologia para ocupar a área de entregas para o varejo online. Fundada em 2015, a Diálogo Logística distribui 300 mil encomendas ao mês com uma frota de zero caminhões. "Nosso ativo é a inteligência da operação e [nosso] produto final é entregar na casa das pessoas", resume Walter Bier, um dos sócios-diretores da empresa.
A Diálogo utiliza big data para rastrear e roteirizar as entregas fracionadas, que no asfalto são feitas por empresas de distribuição parceiras. Nesse cenário, a companhia tem como clientes grandes players da venda online (Netshoes, Magazine Luiza, Carrefour, Via Varejo e Nike, para citar alguns), que repassam a ela a demanda de fazer suas cargas leves chegarem até o comprador que vive em 1,2 mil cidades de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Até hoje, as entregas da Diálogo ficam restritas à região Sul, mas as encomendas são recolhidas em toda a parte. " A gente coleta em qualquer lugar do Brasil e faz [o produto] chegar nas unidades de entrega nas pontas, próximo à casa das pessoas, tudo via nossa malha de transferências interestaduais e depois transferência dentro do estado", revela. "A gente tem uma capilaridade grande, ao todo são mil unidades de entrega, aquelas que vão sair de uma origem até o destino, fazendo rotas com acúmulo de produtos e uma lógica tecnológica de roteirização, para que a gente otimize tempo e dinheiro", ensina Bier.
Por causa dessa presença parcial em diversas partes do país, a Diálogo ensaia tirar do papel um plano de expansão nacional que promete ser acelerado. "Em dois anos, tranquilamente, a gente está no Brasil inteiro", garante o proprietário. A estratégia da companhia é fazer investimentos de R$ 4 milhões ao ano para a contratação de pessoal e o aprimoramento em big data. O plano é manter o ritmo de crescimento acima dos 100% também a cada ano para alcançar faturamento de R$ 300 milhões até 2023.
A ambição tem como base as expectativas com relação ao esperado crescimento das compras online e à recuperação da economia de modo geral. "Nessas duas esteiras a gente tem muita oportunidade", avalia Bier, que estima uma capacidade de crescimento do e-commerce em cinco ou seis vezes no futuro próximo, alcançando até 30% do consumo, comparável à fatia de mercado verificada na China e nos EUA.
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