O conselho político do governo se reúne na noite desta segunda-feira com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com o secretário-executivo, Bernard Appy, para discutir a prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras) e da DRU (Desvinculação das Receitas da União), cuja validade expira no final do ano. Na reunião, marcada para as 19h, a base aliada também deve discutir formas de acelerar as votações das medidas provisórias do programa de aceleração do crescimento (PAC). O presidente Lula, que estará em São Paulo, não participará da reunião do conselho.
Bernard Appy, que está deixando o cargo, é o responsável pelas discussões sobre reforma tributária e as reivindicações dos governadores, que queriam, inicialmente, uma fatia da CPMF (20% para estados e 10% para municípios) e ainda a criação de uma DRE (desvinculação de receitas dos estados), nos moldes da DRU.
O governo descartou compartilhar a CPMF, mas deixou em aberto a questão da DRE. Em 2006, a CPMF arrecadou para a União R$ 32 bilhões. Em 2007, deve chegar a R$35,5 bilhões. Já a DRU permite desvincular até 20% da receita administrada federal, o que dá margem à União para acertar as contas públicas.
A oposição resiste à prorrogação da CPMF, e sem a DRU o governo ficará engessado e poderá ter que se endividar. Líderes admitem surpresa com o fato de a reunião ter sido chamada para esse fim, já que CPMF e DRU só expiram no final do ano.